[weglot_switcher]

“Acusações de Pedro Nuno Santos são falsas e injustas”, diz o CEO da Ryanair

O CEO da Ryanair reiterou que o Governo português vai “desperdiçar” três mil milhões de euro no apoio estatal à TAP, rejeitando que seja um investimento. Na apresentação aos jornalistas, Michael O’Leary chamou Pedro Nuno Santos de Pinóquio, apresentando até uma imagem manipulada do ministro para esse efeito.
Cristina Bernardo
23 Junho 2021, 11h23

O CEO da Ryanair, Michael O’Leary, classificou esta quarta-feira de “falsas e injustas acusações” as críticas do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, sobre a empresa low-cost irlandesa promover uma guerra comercial, estar envolvida em ‘dumping social’ e de não respeitar os trabalhadores.

Numa conferência de imprensa em Lisboa, O’Leary – vestido com uma t-shirt da Seleção nacional – disse que “tal como quando Portugal jogar esta noite no Euro 2020 não irá estar a fazer uma guerra comercial, nós também estamos apenas a competir”.

“Não estamos a atacar o ministro, foi ele nos que atacou ao fazer acusações e nos temos de nos defender”, sublinhou.

O CEO da Ryanair reiterou que o Governo português vai “desperdiçar” três mil milhões de euro no apoio estatal à TAP, rejeitando que seja um investimento. “Não é um investimento, são impostos deitados na sanita da TAP”.

A 7 de junho, Pedro Nuno Santos disse que não gosta “de deixar ofensas ao Estado português e ao Governo sem resposta. Nem todos compreendem que um Estado e um Governo também têm de se dar ao respeito. Mas isso é a forma como cada um de nós encara a vida política”.

No passado dia 26 de maio, durante uma reunião, por videoconferência, com o ministro das Infraestruturas, o presidente do grupo Ryanair, Michael O’Leary, lamentou que o Governo português esteja a “desperdiçar” o dinheiro dos contribuintes na TAP, defendendo que deveria ser aplicado em escolas, hospitais e outras infraestruturas, como o aeroporto do Montijo, em vez de numa “companhia aérea falhada e com preços elevados”.

O ministério de Pedro Nuno Santos reagiu em comunicado, nesse mesmo dia, afirmando não aceitar “intromissões nem lições” da Ryanair. Garantindo que o investimento na TAP é “estruturante”, lamentou que a companhia irlandesa esteja a aproveitar-se de uma “situação difícil” e vincou que a “Ryanair é uma empresa privada e que não tem de interferir nas decisões soberanas tomadas pelo Governo português”.

A 19 de maio, o Tribunal Geral da União Europeia anulou a decisão da Comissão Europeia que deu ‘luz verde’ para o Estado português emprestar 1.200 milhões de euros à TAP. A queixa foi apresentada pela Ryanair em agosto de 2020 depois de a Comissão Europeia ter aprovado em junho de 2020 o empréstimo pelo Estado português à companhia aérea.

https://jornaleconomico.pt/noticias/tribunal-europeu-anula-ajuda-do-estado-portugues-a-tap-740641

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.