Os professores são o elemento fundamental para que o sistema de ensino-aprendizagem funcione e devem ser “devidamente formados” de modo a conseguirem acompanhar todos os requisitos do ensino à distância. Só assim poderão contribuir para o desenvolvimento sustentado do mesmo.
O estudo “Ensino à distância – adversidade ou oportunidade?“, da autoria de Afonso Carvalho, vencedor do concurso Champion Chip 2020, organizado pela Católica Porto Investment Club, do qual a gestora de fundos de investimento Sixty Degrees foi patrocinadora, não deixa dúvidas: além de “devidamente formados”, os professores devem igualmente “ser valorizados”. Razões?
“A função do professor não é apenas ensinar, esclarecer e corrigir. Um professor é um educador, alguém que motiva, que escuta, que abre horizontes e este papel é necessário mais do que nunca nestes tempos de pandemia”, afirma o autor que é aluno de 2º ano da licenciatura em Economia na Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
O ponto de partida de Afonso Cabral é que o ensino online veio para fazer parte das nossas vidas. “Num mundo onde a tecnologia tem um papel dominante, o campo da educação tem necessariamente de ser afetado e reestruturado. Trouxe-nos diversas vantagens, que o ensino tal como o conhecemos não possui, mas com estas vieram igualmente problemas que têm que ser solucionados. Este campo está a mudar e o nosso papel é certificarmo-nos de que é uma mudança para melhor”.
O estudante lembra algumas das consequências do primeiro confinamento, em 2020, documentadas pela investigadora María Dolores Martín-Lagos, da Universidade de Granada, num estudo que envolveu 3900 agregados familiares portugueses, espanhóis e franceses: aumento da ansiedade e do stress entre os estudantes, evolução negativa do seu bem-estar emocional e aumento de peso devido à queda das atividades extracurriculares, sobretudo as desportivas.
“Muitos dos problemas que o ensino online revela têm solução, algumas mais fáceis de implementar que outras”, afirma Afonso Carvalho, mas, acrescenta, requerem “esforço e cooperação por parte de todos os intervenientes – alunos, professores, famílias e governo (políticas educativas)”.
Vejamos quais são, na perspetiva do autor. A intervenção do Estado poderá, numa primeira fase, “ser estritamente necessária para atenuar as discrepâncias no acesso ao equipamento informático e na ligação à internet, por parte dos alunos mais desfavorecidos economicamente”. Só essa intervenção permitirá igualdade de oportunidades para todos os intervenientes.
E as aulas? Afonso Carvalho diz que “muito poderia ser superado com turmas mais reduzidas, particularmente naquelas onde existem alunos com menor autonomia e/ou necessidades educativas especiais, de modo a permitir uma maior interação, supervisão e um reajustamento de estratégias mais adequado ao momento letivo”.
Na sua análise, para os alunos com planos educativos especiais, uma solução passa por garantir que têm acesso gratuito a plataformas online de acompanhamento ao estudo. Desta forma, permitir-se-ia uma consolidação mais eficiente da matéria lecionada, procurando assim evitar que os estudantes fiquem para trás.
O ensino online está em expansão por todo o mundo e fará parte do futuro.
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