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Investigação a Vieira e ‘rei dos frangos’: MP confirma detenções de dois empresários, um agente desportivo e um dirigente desportivo

Ministério Público confirma quatro detenções no âmbito da operação de buscas de hoje realizada e que se prende com a investigação negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter “acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”.
7 Julho 2021, 17h27

O Ministério Público (MP) confirmou nesta quarta-feira, 7 de julho, que foram detidas quatro pessoas no processo investigam-se negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter “acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”. O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que lidera este inquérito, cuja investigação se encontra a cargo da Autoridade Tributária (AT), confirma que no âmbito da operação de buscas foram detidas quatro pessoas, dois empresários, um agente desportivo e um dirigente desportivo. E explica que detenções foram efetuadas “atendendo aos indícios já recolhidos, com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e a prevenir a consumação de atuações suspeitas em curso”.

Entre os detidos estão Luís Filipe Vieira e o empresário José António dos Santos, conhecido como ‘rei dos frangos’, de acordo com a “SIC Notícias. O DCIAP avança que a operação de hoje envolve 45 mandados de busca, abrangendo instalações de sociedades, domicílios, escritórios de advogados e uma instituição bancária. Estas buscas decorrem nas áreas de Lisboa, Torres Vedras e Braga.

O presidente do Benfica encontra-se detido no Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, em Moscavide e pode ser ouvido amanhã no DCIAP.

“Os detidos serão presentes, previsivelmente no decurso do dia de amanhã, a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação, considerando a gravidade dos crimes e as exigências cautelares, de medidas coação diferentes do termo de identidade e residência”, revela o DCIAP, dando conta de que “em causa estão factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente e suscetíveis de integrarem a prática, entre outros, de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.

Segundo o DCIAP, no processo investigam-se negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades.

Na operação de buscas, no cumprimento dos mandados participaram 66 Inspetores Tributários, sendo 25 da Direção de Finanças de Braga, 8 da Direção de Finanças do Porto, 26 da Direção de Finanças de Lisboa e 2 da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DSIFAE), para além de 9 elementos do Núcleo de Informática Forense desta Direção. Participaram ainda 4 magistrados do Ministério Público, 3 Juízes de Instrução Criminal e 74 polícias da PSP, 9 dos quais a exercerem funções no DCIAP.

A operação também visa o empresário e seu amigo José António dos Santos, conhecido como o ‘rei dos frangos’ e o maior acionista privado da Benfica SAD, com cerca de 12% do capital.

Segundo a “CMTV”, as autoridades também estão a realizar buscas na sociedade C2 Capital Partners, sociedade gestora de fundos, liderada por Nuno Gaioso Ribeiro, ex-vice-presidente do Benfica muito próximo dos negócios de Luís Filipe Vieira e que está a gerir os créditos e ativos da Promovalor, o grupo económico de Vieira, no âmbito de uma operação de reestruturação das dívidas ao Novo Banco que o Banco de Portugal já deixou muitas críticas. Recorde-se que para esclarecer as questões levantadas pelos serviços do Banco de Portugal, foi pedida uma auditoria independente para avaliar os seus méritos e quais as perspetivas de recuperação das dívidas do presidente do Benfica.

A publicação revela que o presidente do Benfica é também suspeito do crime de abuso de confiança referente a ganhos milionários que obteve na venda de 25% do capital do Benfica SAD a um empresário estrangeiro.

Esta investigação teve origem no processo Monte Branco, uma rede suíça de fraude fiscal e de branqueamento de capitais que operava em Portugal e foi desmantelada em 2011, avança o “Nascer do Sol”.

O Benfica lançou esta semana uma nova emissão obrigacionista com o objetivo de angariar 35 milhões de euros.

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