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Clubes portugueses gastaram 77,8 milhões de euros em 316 reforços no mercado de verão

Janela de transferências fechou esta terça-feira. Na I Liga destacam-se os negócios fechados por Sporting, Porto e Benfica. Os encarnados foram os mais gastadores, o Porto tem um balanço financeiro negativo e o Sporting surpreende com a saída à última hora de Nuno Mendes.
Reuters / Matthew Childs
1 Setembro 2021, 11h34

A primeira janela de transferências da época de 2021/2022 fechou na terça-feira, com o último dia do mercado de verão a contar com uma intensa atividade dos clubes portugueses para fechar transferências de última hora e outros acordos pendentes. De acordo com o site Transfermarkt, os clubes portugueses desembolsaram um total de 77,8 milhões de euros em 316 reforços.

Entre Sporting, Porto e Benfica – os três ditos ‘grandes’ do futebol nacional -, foi o clube da Luz que mais gastou neste defeso. O Benfica gastou 24,5 milhões de euros em sete novos atletas. O avançado ucraniano Yaremchuk foi o jogador mais caro, com o Benfica a ter de pagar 17 milhões aos belgas do Gent. Mais acessíveis foram as contratações do franco-marfinense Soualiho Meïté (seis milhões) e do português Gil Dias (1,5 milhões).

A equipa liderada por Jorge Jesus garantiu, ainda, os serviços de João Mário e de Rodrigo Pinho (a custo zero), e de Radonjic (com taxa de empréstimo de um milhão de euros) e Valentino Lazaro por empréstimo.

Na porta de saída das águias, registaram-se as vendas de Pedrinho para o Shakhtar Donetsk (Ucrânia), por 18 milhões de euros, e de Luca Waldschmidt para os alemães do Wolfsburg, por 12 milhões de euros. O clube ganhou dinheiro ainda com Nuno Tavares (oito milhões de euros), Franco Cervi (oito milhões), Carlos Vinícius (taxa de empréstimo para o PSV a receber de 2,5 milhões) Caio Lucas (dois milhões), Filip Krovinovic (1,5 milhões) e Alfa Semedo (1,5 milhões).

No total, a equipa do Benfica encaixou 49,5 milhões de euros em vendas. A equipa encarnada registou, assim, um balanço positivo de 25 milhões de euros.

O segundo clube mais gastador, neste defeso, foi o Porto. O clube da cidade Invicta investiu 24,7 milhões de euros na contratação de cinco jogadores. O brasileiro Pepê foi a contratação mais cara dos azuis e brancos, numa operação em que o Porto pagou 15 milhões de euros ao Grémio de Porto Alegre (treinado atualmente por Scolari). Wendell (quatro milhões) e os portugueses Bruno Costa (2,5 milhões) e Fábio Cardoso (2,2 milhões) são outras novas caras a vestir de azul e branco. Nesta contabilidade ainda entra o sérvio Grujic, que pela segunda época consecutiva integra as fileiras do clube por empréstimo do Liverpool (um milhão de euros em taxas de empréstimo).

A equipa comandada por Sérgio Conceição encaixou 21,25 milhões de euros em vendas de jogadores, em contrapartida. O balanço financeiro é, por isso, negativo (-3,45 milhões de euros). O destaque no departamento das vendas vai para o internacional português Danilo, que depois de meia época a jogar por empréstimo no PSG foi contratado a título definitivo pelo clube parisiense (16 milhões). Outra saída com impacto financeiro foi a transferência do central nigeriano Chidozie para o Boavista, por cinco milhões de euros.

Destacam-se, também, as saídas nos últimos dias do mercado do jovem central Diogo Leite (Braga), do japonês Nakajima (Portimonense) e de Loum (Alavés) – todos por empréstimo.

O Sporting, por sua vez, foi o clube menos gastador entre os três principais emblemas. O clube orientado por Ruben Amorim investiu “apenas” 12 milhões de euros nas contratações do uruguaio Manuel Ugarte (6,5 milhões ao Famalicão) e do português Ricardo Esgaio (5,5 milhões de euros ao Braga). Além destes dois atletas, o clube de Alvalade recrutou o brasileiro Matheus Reis e o jovem português Gonçalo Esteves, de apenas 17 anos, a custo zero. Já os serviços dos portugueses Rúben Vinagre, João Virgínia e do internacional espanhol Pablo Sarabia foram conseguidos por acordos de empréstimo.

Note-se que a contratação de Sarabia, que militava no PSG, gerou surpresa. O espanhol chegou a Alvalade como moeda de troca para a saída de Nuno Mendes para o clube parisiense. No último dia da janela de transferências, o PSG garantiu os serviços do jovem internacional luso por empréstimo (taxa de cedência de sete milhões), com cláusula de compra obrigatória no valor de 40 milhões de euros. Este foi o grande negócio do Sporting neste mercado de verão.

Ao todo, os verde e brancos encaixaram 13,5 milhões com a saída de apenas três jogadores. Além de Nuno Mendes, o Sporting recebeu verbas pelas vendas de Luís Maximiano (cinco milhões de euros) e de Josip Misic (quatro milhões). A título de empréstimo saíram, ainda, os atletas Gonzalo Plata (Valladolid), Idrissa Doumbia (Zulte Waregem), Luiz Phellype (Santa Clara), Andraz Sporar (Middlesbrough), Rafael Camacho (Belenenses SAD), Pedro Mendes (Rio Aves), Eduardo Henrique (Al-Raed), Pedro Marques (Famalicão), Valentin Rosier (Besiktas), Eduardo Quaresma (Tondela), Rodrigo Battaglia (Maiorca) e Tiago Ilori (Boavista).

No balanço do mercado de transferências, o Sporting saiu a ganhar com 1,5 milhões de euros.

Com o encerramento da primeira janela de transferências da época 2021/2022, o principal escalão do futebol português conta com um total de 527 jogadores, dos quais 307 (58,3%) são estrangeiros, cujo valor de mercado total ascende a 1,18 mil milhões de euros.

As ‘bombas’ internacionais do mercado de transferências

Observando a performance dos clubes nacionais, constata-se que foi um mercado de verão calmo dentro de portas, longe dos gastos milionários ou das vendas extraordinárias de outras épocas (quem não se recorda dos mais de 100 milhões investidos pelo Benfica numa só época ou da saída de João Félix por 120 milhões?).

Mas, embora dentro de portas o desempenho tenha sido mais contido, noutras latitudes houve verdadeiras ‘bombas’ –  não em valores praticados, mas no volume do ruído que as transferências causaram. Lionel Messi e Cristiano Ronaldo são casos paradigmáticos.

Primeiro, o caso de Messi. Após 20 anos, 672 golos e 34 títulos ao serviço do Barcelona, o internacional argentino deixou o principal emblema da Catalunha a custo zero. A incapacidade do clube blaugrana de suportar o custo de ter Messi nas suas fileiras fez as parangonas dos desportivos durante dias. Depois, caiu a bomba: como jogador livre, o astro argentino não pensou duas vezes e assinou pelo PSG, numa operação que não gerou qualquer receita para o Barcelona. Contudo, mesmo não tendo gasto nada na sua contratação, o clube francês já sabe que terá de investir 163 milhões de euros com o jogador, pelo menos, desde os 41 milhões como prémio de assinatura até ao salário anual de 40 milhões.

Agora, o caso de Cristiano Ronaldo. Desportivamente insatisfeito na Juventus, Cr7 quis sair do clube de Turim. Apontou-se-lhe Manchester como o próximo destino, mas para jogar no City. Algo que provocava estranheza, tendo em conta a ligação de Ronaldo ao United. Porém, em poucos dias, as dúvidas foram esclarecidas e Cristiano Ronaldo assinou mesmo pelo clube de Old Trafford, 12 anos depois de ter saído do Manchester United.

O Manchester United não hesitou em pagar 15 milhões de euros pelo passe de Cristiano Ronaldo à Juventus, a que acrescem oito milhões de euros em objetivos. Com este negócio, CR7 tornou-se no atleta com 36 anos mais caro da história do futebol.

Ainda em Inglaterra, o mercado do futebol não ignorou a contratação do jovem inglês Jack Grealish pelo Manchester City. Foi a transferência mais avultada deste mercado, representando um gasto de 117,5 milhões de euros para os citizens.

[Informação corrigida no dia 2 de setembro. Por lapso, era referido que o Porto tinha sido o clube mais gastador, mas esse posto é do Benfica com um investimento total em transferências de 25,5 milhões de euros]

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