A China vai estabelecer a sua terceira bolsa de valores no continente, em Pequim, para servir empresas privadas, revelou esta quinta-feira o Presidente Xi Jinping, manifestando apoio oficial aos empresários numa economia dominada pelo Estado.
O anúncio surge num momento em que as empresas chinesas atravessam dificuldades cada vez maiores para conseguir financiamento em Wall Street e noutros mercados ocidentais, onde algumas das suas maiores empresas estão cotadas.
“A China vai estabelecer a bolsa de valores de Pequim e criar uma posição principal virada para a inovação para pequenas e médias empresas”, realçou Xi Jinping, durante uma feira de comércio, citado pela agência AP.
O chefe de Estado chinês não adiantou detalhes sobre o futuro mercado financeiro em Pequim ou quando este irá abrir.
A primeira bolsa de valores criada na China continente após a revolução comunista de 1949 foi a de Xangai, em 1990, com forte presença de empresas estatais. Uma segunda bolsa foi criada em 1991 na cidade de Shenzhen, no sul da China, e adjacente a Hong Kong.
Gradualmente foram sendo integradas algumas empresas privadas, mas o domínio continua a ser de empresas estatais.
Para se financiarem, privados como o gigante do comércio eletrónico Alibaba Group recorreram às bolsas ocidentais e a Hong Kong, ex-colónia britânica integrada na China em 1997.
Os líderes da China têm prometido, repetidamente, melhorar o acesso ao financiamento para empresários que gerem novos empregos e riqueza.
O governo lançou medidas de segurança de dados, entre outras, contra as empresas chinesas tecnológicas desde o final do ano passado, alertando que será mais difícil obter permissão para ingressar em bolsas de valores estrangeiras.
A situação alimentou desconforto dos investidores, e que já causou quebras de centenas de milhares de milhões de dólares no valor das cotadas chinesas.
Entretanto, o Presidente chinês participará e discursará na cerimônia de abertura do sexto Fórum Económico Oriental que decorrerá esta sexta-feira. A participação ocorre a convite do Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, esta quinta-feira.
Os analistas esperam que a intervenção de Xi Jinping venha aclarar ainda mais o sentido que o governo quer imprimir à economia, numa altura em que alguns dos seus indicadores já tiveram melhores dias.
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