Entre 20 de agosto a 5 de setembro, foi registada uma prevalência da variante Delta na ordem dos 98% e os 100% em todo o país, explicou o especialista de saúde João Paulo Gomes, esta quinta-feira, durante uma reunião com especialistas e epidemiológicos no Infarmed.
Quantas às restantes variantes classificadas de preocupação, o microbiologista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) afirmou que a sua prevalência é residual.
De acordo com os dados recolhidos nos últimos meses, na semana de 10 a 25 de julho não foi detetado nenhum caso em Portugal da variante Beta, associada à África do Sul. Foi ainda detetado um caso da variante Gama, na semana de 30 de agosto a 5 de setembro, após três sem ser detetada. Além disso, houve também dois casos da variante Lamma, um em abril e outro em junho.
Quanto à variante Mu, mantêm-se os 24 casos registados em Portugal, entre 31 de maio e 31 de julho, em 17 distritos e 16 concelhos. “Não temos dúvidas que houve transmissão comunitária”, diz o especialista.
Apesar do país continuar a ser predominantemente afetado pela variante Delta, João Paulo Gomes não descarta a possibilidade de surgirem novas variantes no futuro. Durante a sua intervenção, o microbiologista anteviu que “caso ocorra a emergência de uma nova variante, muito dificilmente apresentará mutações diferentes”, embora haja a possibilidade de apresentar “uma combinação das mutações [já detetadas em Portugal]”.
No entanto, dado o ritmo acelerado da vacinação, que hoje indica que mais de 80% da população está totalmente vacinada e 85% aguarda pela segunda dose Portugal tem hoje uma maior imunidade e, por isso, “muito menos vírus em circulação e menos probabilidade de ocorrerem mutações” — um cenário que, infelizmente, lamenta, não se verifica no resto do mundo uma vez que a grande maioria ainda se encontra longe da maioria da população com a vacinação completa.
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