A semana passada prometia um acréscimo de volatilidade e de interesse, com os temas da Evergrande e do tecto da dívida dos EUA a servirem de acompanhamento ao prato principal que foi a reunião da Reserva Federal (Fed).
No final da semana o registo foi positivo com o sector financeiro e o energético a servirem de bóia de salvação dos índices norte-americanos na sexta-feira, quando valorizaram mais que os restantes, numa sessão onde a incerteza sobre o desfecho final dominou praticamente durante todo o dia, e só uma puxada ascendente nos últimos minutos é que fez pender a balança para os ganhos, se bem que foram subidas muito residuais e o Nasdaq acabou mesmo com um recuo também muito diminuto de 0,03%, ou seja foi um final agridoce.
No entanto, no conjunto dos cinco dias da semana o panorama foi inequivocamente positivo, o que não deixa de ser curioso tendo em conta que ocorreu uma saída de capital do sector accionista na ordem dos $28 mil milhões durante esse período, o maior montante dos últimos três anos e meio.
Não obstante este “outflow” significativo o certo é que segundo o Bank of America os clientes continuam com uma exposição agressiva ao sector acionista no ordem dos 65%, o que sincroniza com o relatório da Fed, recentemente divulgado, que indicou uma importância significativa das acções no património das famílias norte-americanas, com 29,5%, bem mais do que os 26,5% que se registavam em 2019.
Portanto, analisando os dados a conclusão mais imediata é que a pandemia de Covid-19 favoreceu o investimento nas acções, muito por causa da facilidade em obter crédito, dos juros extremamente baixos, ao que acresceu os estímulos fiscais injectados pelo Governo dos EUA.
Resta agora saber se esse facto é bom para o médio prazo do mercado, pois costuma ser um indicador bearish, pelo que é preciso estar atento a como irão reagir os investidores à redução previsível dos estímulos monetários por parte da Fed, que se estima possam ser na ordem de menos 15 biliões de dólares por mês, até à redução total dos 120 mil milhões de dólares/mês adquiridos actualmente.
Para esta semana os tópicos importantes serão a aproximação do final do terceiro trimestre, com os non-farm payrolls à porta, o tema do tecto da dívida soberana nos EUA e os olhares do mercado na próxima earnings season que promete trazer mais clarividência quanto ao estado da maior economia do mundo, na perspectiva empresarial, que na prática è a que está mais directamente ligada ao comportamento de Wall Street.
O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é diário.
Tendo terminado sexta-feira acima da média móvel dos 50 dias, o principal índice deu um sinal positivo, mas irá ter seguimento ou testar a média móvel mais forte, a dos 200 dias (verde)?
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