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Carlos Costa recebe Prémio Carreira da FEP 2021

O antigo Governador do Banco de Portugal, cujo nome ficará para sempre ligado à queda e Resolução do BES, recebe esta terça-feira, 26 de outubro, o Prémio Carreira FEP 2021, atribuído pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto onde também ensinou. Aluno brilhante, licenciou-se em Economia em 1973.
Cristina Bernardo
26 Outubro 2021, 07h40

Carlos Costa, o aluno distinto da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), cuja carreira atingiu o auge como Governador do Banco de Portugal, instituição que liderou durante dez anos, foi distinguido com o Prémio Carreira FEP 2021. A distinção é atribuída a um ex-aluno da FEP que se tenha destacado pelo seu percurso profissional e pessoal, contribuindo para consolidar o prestígio da Faculdade.

Nascido em 1949 em Oliveira de Azeméis, Carlos Costa licenciou-se em Economia em 1973, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e recebeu, enquanto estudante, os prémios Fundação Eng.º António de Almeida, Pinto de Magalhães, Doutor José António Sarmento, Fapobol e António César Pádua Correia para a mais elevada classificação do curso e das áreas das Ciências Económicas e das Ciências da Empresa.

Depois foi professor e continuou na casa, tendo lecionado, entre 1973 e 1986, História do Pensamento Económico e orientado um seminário de Macroeconomia Aplicada, no último ano da licenciatura.

Na carreira de Carlos Costa destaca-se a sua experiência na área dos estudos económicos, da integração europeia, das questões bancárias e financeiras e da política monetária. Na área bancária integrou, por exemplo, o Departamento de Estudos do Banco Português do Atlântico (1978/1985) e dirigiu o Centro de Estudos da Economia Português (1981/1985). No âmbito da integração europeia, coordenou o Núcleo de Assuntos Económicos e Financeiros da Representação Permanente de Portugal junto da Comunidade Europeia (1986 a 1992), tendo tido participação ativa nas negociações dos pacotes Delors I e II, nos trabalhos e nas negociações do Tratado da União Económica e Monetária e nas negociações e na presidência dos grupos de trabalho que instituíram o Mercado Único Financeiro. A título individual participou no Conselho Superior para a Reforma do Sistema Financeiro, que serviu de base à reforma global do quadro legislativo do sistema financeiro português. Entre janeiro de 1993 e dezembro de 1999 foi Chefe de Gabinete do Comissário Europeu.

Em Portugal, já, no século XXI, exerceu os cargos de administrador da Caixa Geral de Depósitos, presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Aposentações, presidente do conselho de administração do Banco Nacional Ultramarino e presidente do Banco Caixa Geral, depois de ter sido diretor-geral do Millennium BCP e membro do conselho de administração do Euro Banking Association. Foi ainda vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (2006 a 2010) e vice-presidente do High Level Group Manufuture (plataforma europeia para a reindustrialização) e presidente da plataforma portuguesa do Manufuture.

No verão de 2010, Carlos Costa chega a governador do Banco de Portugal, nomeado pelo governo de José Sócrates, sucedendo a Vítor Constâncio, que foi ocupar a vice-presidência do Banco Central Europeu. É o interlocutor da Troika durante a intervenção externa e em 2015 acaba reconduzido pelo executivo PSD/CDS-PP liderado por Passos Coelho. O seu nome ficará para sempre ligado  à queda e Resolução do BES em 2014 e no ano seguinte à Resolução do Banif.

Na qualidade de Governador preside ao Conselho Nacional de Supervisores Financeiros e integrou o Conselho de Governadores do Banco Central Europeu e o Conselho Geral do Comité Europeu de Risco Sistémico e Governador, em representação de Portugal, no Fundo Monetário Internacional.

É Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

O Prémio Carreira FEP visa distinguir um ex-aluno da FEP que se tenha destacado pelo seu percurso profissional e pessoal, contribuindo para consolidar o prestígio da Faculdade de Economia.

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