André Ventura foi reeleito presidente do Chega nas eleições diretas realizadas neste sábado, obtendo 94,78% dos votos numa disputa eleitoral em que enfrentou Carlos Natal, que teve consigo 5,22% dos quatro mil militantes que participaram no ato eleitoral.
“O partido escolheu o seu candidato a primeiro-ministro”, disse André Ventura, numa reação ao resultado das diretas, dizendo aos militantes que poderão confiar em si para levar o partido ao governo de Portugal, prevendo “um resultado histórico” nas eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro de 2022.
Apontando os seus 94,78% como uma votação que “não deixa margem de dúvidas quanto ao que os militantes querem para o futuro”, Ventura defendeu que “os portugueses que em nós acreditam não querem moderação neste partido”. E acrescentou que “aqueles que apostavam tudo em cedências ao PSD levaram hoje uma resposta extraordinária”.
O fundador do partido e por enquanto deputado único disse ainda que o Chega “deu um exemplo à direita nacional” por realizar primárias quando outros partidos deixam os militantes “sem direito de ir a votos” quando se preparam para disputar eleições. “Não podemos pedir legitimidade externa sem termos legitimidade interna”, disse Ventura, numa clara referência à situação do CDS-PP, cujo Conselho Nacional adiou o congresso para depois das legislativas, tal como chegou a ser defendido por Rui Rio no PSD.
Apesar de o congresso do Chega estar marcado para 27 e 28 de novembro, o presidente reeleito do partido garantiu que, com a legitimidade decorrente da vitória nas diretas, arrancará de imediato com a preparação das listas de deputados do Chega, que todas as sondagens indicam dever multiplicar a sua representação na Assembleia da República pouco mais de dois anos após eleger Ventura como deputado único pelo círculo de Lisboa.
Perante aquilo que antecipou vir a ser “a maior alteração de sempre no sistema político português”, o presidente reeleito do Chega apelou aos militantes para que “não sejamos nós a boicotar esse crescimento”. Mas também reservou críticas à oposição interna, prevendo que “apareçam aqueles que nunca estiveram disponíveis para trabalhar, mas que surgem sempre quando há cheiro a poder”.
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