Paul Lucas é um especialista em viagens. Com um canal no Youtube, os seus vídeos já atingiram os 55 milhões de visualizações e o seu canal conta com 250 mil subscritores.
Com dezenas de vídeos publicados desde 2015, e mais de 800 mil quilómetros voados ao longo da sua vida, o inglês já analisou a classe executiva da KLM, Air France, British Airways, Lufthansa, American Airlines, Swiss, Emirates, Singapore, Qatar Airways, entre outras.
Num vídeo publicado há um mês, o especialista não tem dúvidas no seu veredito sobre o voo da TAP que teve lugar a 13 de setembro: “A evitar: a pior experiência na Europa em classe executiva”.
O alvo das críticas é o avião Embraer 190, operado pela Portugália. Neste vídeo, a rota em causa é Lisboa-Madrid, com duração de uma hora, mas o inglês aponta que a TAP também tem usado este tipo de aviões em voos para Berlim e Munique com duração de três horas. “Não queira estar fechado no pior avião da frota durante tanto tempo. Ficam avisados”.
A primeira crítica está relacionada com a disposição dos lugares na classe executiva. O Embraer 190 conta com quatro lugares por fila, dois de um lado, dois de outro, separados pelo corredor.
Nos aviões com seis lugares por fila, o lugar do meio costuma estar interdito na classe executiva. Em aviões como o Embraer, há casos em que o lugar do corredor está interdito, mas esse não é o caso neste voo.
“A TAP vende classe executiva neste avião e você deve evitá-lo”, declara.
Ainda antes do voo, o inglês analisa o aeroporto Humberto Delgado. “Um dos maiores problemas da TAP é o seu hub em Lisboa que não é muito bom. A área Schengen é uma grande confusão”, aponta, apesar de deixar elogios em relação aos voos não-Schengen no lado oeste, e também ao novo átrio existente no cruzamento entre o lado Schengen e não-Schengen.
“Não é um bom aeroporto. Existem muitas passagens estranhas, tetos baixos e caminhos confusos”, considerando o aeroporto pouco moderno. “Não é um bom aeroporto para circular”, reforça.
A próxima análise foi ao premium lounge da TAP no aeroporto, que é partilhado com os clientes de outras 25 companhias aéreas, parceiras na Star Alliance.
Lá dentro, o inglês fica surpreendido pela negativa: destaca as maçãs embrulhadas em plástico, a “área pequena” do lounge e com uma “oferta limitada”, “sem ambiente” e com muitas pessoas.
De seguida, destaca a confusão na hora de embarcar nos voos na área Schengen? Porta 15 ou porta 15 A? A confusão de outros passageiros pode-se ver no vídeo: “Caminho errado, pessoal”.
“A área de embarque no aeroporto de Lisboa não está bem desenhada”, considera, com as imagens a mostrarem uma fila a começar no meio do corredor.
Já na pista, a caminho do avião, o autocarro segue cheio, um cenário que qualquer passageiro habitual do aeroporto de Lisboa conhece bem. Primeiro, o autocarro passou pela zona militar; depois pela zona dos aviões de carga; por fim, chegou ao avião.
A seguir, outro momento peculiar: o embarque prioritário serviu para embarcar em primeiro no autocarro; depois, os passageiros em classe executiva não têm direito a embarcar em primeiro lugar no avião.
Dentro do Embraer 190, mais críticas: “Como podem ver, tem toda a estética de um autocarro de carreira, assim como o mesmo nível de [muitos] passageiros”.
O inglês destaca que “muitas companhias aéreas, mas nem todas” optam por bloquear o lugar do corredor, deixando o passageiro a voar isoladamente. Neste cenário, aponta que muitas companhias optam por recompensar os seus passageiros em executiva com bons lounges ou com uma refeição mais elaborada a bordo, mas esse não é o caso, destaca.
Chegada a hora da refeição ligeira, o inglês foi perentório: “uma desilusão completa”, apontando para a “sandes de ovo seca” e “alguma fruta incomestível”. De seguida, mostra algumas imagens da comida em executiva de voos de curta duração da KLM e da British Airways, considerando que a comida servida a bordo da TAP ficou muito aquém destes dois exemplos.
Puro bota abaixismo? O inglês garante que partiu com expetativas baixas: “Não era razoável esperar uma refeição de três pratos num voo de 55 minutos”, mas aponta que a qualidade foi fraca, em comparação com outras companhias aéreas europeias de bandeira.
Conclusão da experiência? “Penso que esta foi a pior experiência em classe executiva que se pode ter na Europa, principalmente num voo a partir de um hub de uma companhia aérea, sem lugares bloqueados, com uma refeição fraca, um lounge muito fraco, autocarro, um aeroporto realmente horrível. Esta não é uma boa experiência”, segundo Paul Lucas.
Embirranço com a TAP? O crítico de viagens voou no mesmo dia (13 de setembro) com a TAP num A321neo e deixou a sua crítica numa publicação nas redes sociais: “A cabine é elegante, o espaço para as pernas é bom, e a tripulação é simpática e sorridente”.
Já em novembro de 2019, o inglês voou entre Lisboa e São Francisco em classe executiva no A330-900 neo. “O serviço e o lugar não são nada maus”, disse no vídeo publicado na altura, assumindo que a viagem tinha sido oferta da TAP e que, quando tal acontecia, assumia publicamente a oferta.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com