Vivemos na Era da aceleração e da disrupção e ainda assim fomos colocados à prova através de uma pandemia que amplificou as transformações ao nível das pessoas, das organizações e da economia.
O Retalho foi dos setores que mais desafios teve de enfrentar: assegurar que a complexa operação logística não perdia eficiência, garantir que as superfícies de consumo de bens de primeira necessidade se mantinham abertas ao público (e com as condições de segurança necessárias) e desenhar uma estratégia assente em canais alternativos e multiformato, para chegar ao consumir final. Como setor competitivo e inovador que é, aproveitou a adversidade para acelerar a sua transformação, incorporando tecnologia, inteligência artificia e modernos conceitos de marketing digital, para criar novas experiências junto do consumidor.
E porque o consumidor está cada vez mais exigente, mais informado, com novos interesses e necessidades, antevê-se que os próximos anos continuem a ser de profunda transformação, com as empresas do setor a procurar posicionar-se na vanguarda das novas tendências. Uma aprendizagem que ficou clara com a pandemia, foi o papel central do talento na estratégia organizacional. Ter as melhores pessoas, alinhadas, preparadas e motivadas para responder aos imprevistos e criar boas soluções em tempo record, é essencial, sob o risco de não conseguir transformar a adversidade em vantagem competitiva. Pelo que, fomos assim compreender junto das principais empresas, o que estão a fazer, em termos de práticas de Recursos humanos.
De facto, assistimos a um posicionamento cada vez mais estratégico no papel da gestão de talento, com o intuito de promover maior agilidade, flexibilidade e uma resposta mais eficaz às necessidades em contexto de ambiguidade. Este movimento tem sido feito, através de uma aposta significativa em 4 componentes estratégicas:
1. Experiência do Colaborador
Urge a preocupação em proporcionar uma experiência marcante e positiva, através de uma jornada bem definida, satisfazendo os interesses e motivações das diferentes gerações que coexistem na organização. O recrutamento, o onboarding e a formação e desenvolvimento são as 3 maiores apostas deste setor.
2. Client Centricity
Assistimos à necessidade de revisitar os modelos de atendimento existentes (presencial e online) e de desenhar novas abordagens, que asseguram maior coerência entre canais e permitem uma experiência impactante – promovendo uma experiência digital humanizada.
3. Novas formas de trabalhar
O setor do retalho é vincado por três realidades distintas – loja, logística/armazém e sede – que em muito diferem nas formas de trabalhar. Não obstante este desafio acrescido, denota-se preocupação em acomodar novas formas de trabalhar que incluem o horário flexível, redução de horário, licenças sem vencimento e a implementação de metodologias colaborativas, agile e de autogovernance.
4. Reskill e Upskill
Para potenciar a tecnologia, a inovação e a experiência do cliente, o setor tem apostado em elevar as competências das suas pessoas em áreas como o e-commerce, business analyst, IT, pensamento estratégico, liderança ou atendimento ao cliente, numa perspetiva de aprendizagem contínua, pois os perfis requeridos, estão em constante mudança.