O diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, recusou que a investigação que conduziu à detenção de João Rendeiro na África do Sul neste sábado permita “lavar a face” da justiça portuguesa pela forma como foi permitido que o fundador do Banco Privado Português (BPP) saísse do país e não regressasse para cumprir pena de prisão efetiva por condenações transitadas em julgado.
“Nós também cometemos por vezes os nossos lapsos. A Polícia Judiciária (PJ) não lava a face a ninguém”, disse numa conferência de imprensa na manhã deste sábado o responsável pela força policial de investigação criminal. No entanto, minutos antes admitira que a fuga de Rendeiro tivera um impacto negativo na imagem de Portugal.
O diretor nacional da PJ destacou a forma como uma “equipa de trabalho em permanência”, constituída por elementos das unidades de Combate à Corrupção, de Informação Criminal e de Cooperação Internacional, “conseguiu encurtar o caminho para encontrar” o antigo banqueiro, sobre quem recaem três condenações a pena efetiva.
“Só a capacidade de resistência à frustração, resiliência, garra e profissionalismo permite que possamos partilhar com todos os portugueses que a PJ mais uma vez fez o que lhe compete”, defendeu Luís Neves, destacando o “espírito de sacrifício e capacidade de sofrimento” da sua equipa.
Igualmente salientado foi o papel do responsável pelo Serviço de Investigação Criminal de Angola, Arnaldo Carlos, que “fez a ponte com as autoridades policiais da África do Sul”. O cumprimento do mandado de detenção internacional do ex-banqueiro terá sido facilitado por um encontro entre Luís Neves e o comissário-geral da polícia sul-africana, general Kehla Sithole, no decurso da Assembleia Geral da Interpol, realizada em Istambul entre 20 e 24 de novembro.
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