O recente aumento das taxas de juro na economia americana, vai reduzir tanto os gastos individuais como os gastos das empresas. Esse efeito pode, como tendencialmente faz, diminuir a exposição a ativos de risco, como é o caso das criptomoedas.
Na passada quarta-feira, a Reserva anunciou uma subida da taxa de juro em 0,25%, numa tentativa de controlar a inflação que está a atingir máximos de 40 anos. O presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, concluiu uma reunião de dois dias, sublinhando que os aumentos contínuos da taxa “serão adequados”.
Esta subida da taxa de juro levanta a questão: podem as taxas de juro afetar as criptomoedas?
Numa altura de inflação, a Bitcoin é vista como forma de cobertura contra a desvalorização do dólar, mas a moeda virtual vai sofrer da mesma maneira com a falta de liquidez que outros ativos de risco.
Desde o outono passado, na altura em que a Fed começou a abrandar as compras de obrigações que os investimentos em criptomoedas abrandaram também, uma consequência da falta de liquidez nos mercados financeiros.
A cofundadora e CFO da Defy Trends, Elena Garidis disse, de acordo com o Yahoo Finance, que “os mercados tradicionais já colocaram nos seus preços duas subidas de taxas de juro, o que pode significar que neste momento devemos estar em território relativamente estável para as criptomoedas, especificamente Bitcoin.”
No entanto, Lisa Loud, CEO da Fluid Defi, afirmou que “criptomoedas geralmente sofre um decréscimo no preço quando as taxas são mais altas, principalmente porque as taxas baixas inspiram os investidores a procurar outras formas de obter retornos para o seu capital”.
Disse ainda que “espero que tenha um impacto, mas esse impacto será atenuado por duas coisas: em primeiro lugar, há um aumento da procura de Bitcoin como forma de retirar capital dos países sancionados; e em segundo lugar, uma maior quantidade de capital Bitcoin mudou-se para fora dos EUA devido às condições regulamentares”.
O efeito da subida das taxas de juro significa que as pessoas vão ter menos capital para investir em ativos mais “arriscados”.
Marcus Sotiriou, analista da corretora de ativos digitais globalBlock, com sede no Reino Unido, disse à Yahoo Finance: “Acho que a Bitcoin e o espaço cripto não devem ganhar nenhuma tração significativa em 2022. Isto porque a Reserva Federal está a tirar liquidez dos mercados e as pessoas vão ter menos dinheiro para investir em ativos arriscados”.
Esta é uma opinião reforçada por Caleb Tucker, da Merit Financial Advisors, que disse “os criptoactivos anteriormente foram vistos como uma proteção contra a inflação, mas recentemente agiram mais como outros ativos, nomeadamente como ações”.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com