Neste centro não há papel, nem se fazem fotocópias. Usam-se ácido polilático, resina e termoplástico elastómero para imprimir próteses e dispositivos que serão implantados em pessoas que perderam um dedo ou uma mão ou têm qualquer outro tipo de disfunção.
“Fazemos recurso à impressão 3D, através da integração de conhecimentos interdisciplinares nas áreas da medicina e das engenharias”, adianta Cláudia Quaresma, investigadora e coordenadora do 3D Printing Center for Health, ao JE Universidades.
Na genesis do centro estão três instituições de investigação da NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA, onde se localiza — Laboratório de Instrumentação, Engenharia Biomédica e Física das Radiações, Unidade de Investigação e Desenvolvimento em Engenharia Mecânica e Industrial e FCT FabLab. Pioneiro em Portugal, o centro tem como foco ser uma referência nacional e internacional para a saúde e independência funcional, contribuir para o desenvolvimento de próteses, produtos de apoio e criação de dispositivos baseados em técnicas de impressão 3D.
A equipa é transdisciplinar e o ambiente colaborativo envolve todos os intervenientes: doentes, prestadores de cuidados informais, profissionais de saúde e investigadores. A sua abordagem está centrada no utilizador. “Todas as pessoas podem ter acesso ao 3D Printing Center for Health”, diz Cláudia Quaresma. Para o garantir, é fundamental uma boa rede. “Temos vários parceiros clínicos e não clínicos, porém temos todo o interesse em ampliar as nossas parcerias”, adianta. Explica que qualquer entidade pode ser parceira, desde persiga o objetivo de ajudar o maior número de pessoas com algum tipo de limitação ou disfunção. “Neste momento, e para conseguirmos dar mais resposta a um maior número de pessoas, precisamos de mais instituições que se juntem a nós em forma de mecenato”, acrescenta.
No grupo dos parceiros clínicos contam-se vários hospitais — Curry Cabral, D. Estefania, Garcia de Horta e o Centro de Medicina e Reabilitação do Alcoitão. Nos parceiros destaca-se o American Corner.
“O trabalho desenvolvido pelo centro visa a criação ou identificação dos modelos mais adequados para as próteses, tecnologias de apoio ou outros dispositivos existentes, impressos em 3D, com o apoio das instituições parceiras”, explica Cláudia Quaresma. “Imprimir um dispositivo depende muito do seu tamanho e da sua complexidade”, adianta a investigadora. A impressão de uma prótese de mão, por exemplo, pode levar cerca de 10 horas, porém se for um dispositivo de apoio à escrita, demora entre duas a quatro. Os materiais usados vão ao encontro do objetivo de cada uma das peças e são sempre escolhidos em parceria com os parceiros clínicos e as pessoas que os vão utilizar.
A FCT NOVA, além de promover a prestação de serviços úteis na área da saúde à comunidade, quer com este projeto identificar e criar novos materiais e metodologias de design, tecnologias e equipamentos de impressão 3D. O Centro arrancou com dois projetos específicos que criam dispositivos de apoio para pessoas de todas as idade e marca o início de uma nova esperança para quem sofre.
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