As organizações desempenham hoje uma função essencial na resolução dos desafios comuns da sociedade. O posicionamento perante o ESG (ambiente, sociedade e governança) e foco na criação de valor para a sociedade e seus stakeholders (“Stakeholder Value”) representa hoje uma base de diferenciação e apresenta-se, cada vez mais, como fator determinante de rentabilidade económica e/ ou acesso a capitais.
A temática assume-se como prioritária para todo o ecossistema organizacional.
Em 2021, o número de buscas na Google integrando “sustainability”, “Electric car charging” e “food donation centers near me” aumentou em 30%, 100% e 100%, respetivamente (Think with Google, Year in Search 2021: Sustainable Living). Em Portugal as palavras “desigualdade” e “sustentabilidade” atingiram em março e novembro de 2021, respetivamente, o ponto mais alto de interesse da última década.
Larry Fink, CEO da BlackRock (maior fundo de Asset Management do mundo), numa carta recente CEOs refere que não haverá nenhuma empresa cujo modelo negócio não virá a ser profundamente afetado no processo de transição para a economia net zero. Refere também que as empresas que não se adaptarem rapidamente assistirão a impactos ao nível do negócio e da sua valorização.
Citando Polman e Winston (Net Positive – 2021) encontramo-nos num momento de rutura com uma ortodoxia económica que vingou durante cerca cinco décadas de história e descrita por Milton Friedman como “Shareholder Value” (perspetiva de que o propósito das organizações é centrado no valor para o acionista). Os grandes vencedores do futuro serão aqueles que conseguirem progredir de um modelo centrado em Shareholder Value para um modelo centrado no Stakeholder e Long Term Value.
Esta rutura implicará a renovação do propósito e estratégia de muitas organizações, nomeadamente daquelas que não tiverem resposta para diferentes questões relacionadas com a criação de impacto e apoio à resolução dos desafios do ecossistema, tais como: Como vai ser o futuro do nosso setor? Como nos vamos posicionar nesse contexto? Onde e em quem queremos investir de forma adaptar o negócio, operação e cadeia de valor? Quem vão ser os nossos parceiros? Que metas e métricas queremos estabelecer?
Os investidores e organizações capazes de responder a questões fundamentais como as supramencionadas, e de se adaptar, terão maior capacidade para antecipar a mudança e constituir bases de Stakeholder e Long Term Value e estimular a longevidade do negócio.