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Bolsonaro já deu ordem ao novo presidente da Petrobras para congelar preços de combustíveis até às eleições

Imprensa brasileira revela que Jair Bolsonaro receia perder as eleições para Lula da Silva se preços dos combustíveis continuarem a subir.
22 Junho 2022, 16h12

A Petrobras fecha esta semana o nome do novo presidente. A petrolífera estatal reúne-se na sexta-feira com o objetivo de avaliar o nome de Caio Mário Paes de Andrade, nomeado esta semana pelo Governo Bolsonaro para o cargo.

Se a avaliação for positiva, Paes de Andrade pode começar no cargo a partir da próxima semana. Formado em comunicação social pela Universidade Paulista, Paes de Andrade tem uma pós-graduação em administração e gestão pela Universidade de Harvard e é mestre em gestão de empresa pela Universidade de Duke, ambas nos EUA.

O anterior presidente – José Mauro Ferreira Coelho – aguentou apenas 40 dias no cargo, o segundo gestor que ficou menos tempo no cargo desde o fim da ditadura militar em 1985. Coelho foi o terceiro presidente da Petrobras demitido por Bolsonaro desde que chegou ao Palácio do Planalto.

Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna e, por fim, José Mauro Coelho foram os presidentes da Petrobras desde que Bolsonaro chegou ao poder. Os gestores foram caindo à medida que o preço dos combustíveis foi subindo e começou a atingir duramente as famílias e empresas brasileiras.

Em ano de eleições no Brasil, o candidato à reeleição Bolsonaro tem pressionado a Petrobras a não fazer refletir nos seus preços a subida dos preços do petróleo nos mercados internacionais, o que acontece desde 2016, uma medida adotada pelo governo de Michel Temer, mas a petrolífera rejeita esta abordagem.

“Estupro”, palavra usada no Brasil para violação, foi assim que Bolsonaro qualificou publicamente os lucros gerados pela petrolífera estatal.

A “Globo” revela que Paes de Andrade vai com indicações bastante precisas de Jair Bolsonaro: o presidente quer que a petrolífera acomode as oscilações nos mercados internacionais, pelo menos até à primeira ronda das eleições brasileiras no início de outubro. Desta forma, a companhia não passa para os consumidores os aumentos dos preços do petróleo e dos combustíveis quando estes aumentam nos mercados.

A ideia não é nova e chegou a ser discutida durante a gestão de Castello Branco, mas ainda está em estudo. Em teoria, qualquer ajuste só teria lugar de 100 em 100 dias.

Se este mecanismo entrar em vigor nas próximas semanas, um novo ajuste só terá lugar depois das eleições, “exatamente o que o Governo quer”, destaca a “Globo”.

O ministro da Economia brasileiro disse esta semana que o Governo não tem capacidade para mexer nos preços dos combustíveis, apesar de a Petrobras ser uma empresa detida pelo Estado.

“É difícil para a população entender por que o Governo não interfere nos preços dos combustíveis. Não é possível interferir no preço dos combustíveis, não está no controle do Governo. Preço é decisão da empresa, e não do Governo. Temos marcos legais que impedem a interferência do governo, mesmo sendo acionista majoritário”, disse Adolfo Sachsida.

Bolsonaro tem dito que os preços elevados dos combustíveis o farão “perder a reeleição”, em declarações internas no Governo. Por isso, a ideia do Planalto é clara: nada de novas subidas nos preços do gasóleo, gasolina e gás engarrafado até às eleições, segundo a “Globo”.

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