Em declarações ao Jornal Económico, Marta Gonzaga destaca que “estas conferências têm um âmbito muito alargado de áreas abordadas, num modelo claro, quase poético de conhecimento”.
O TEDx vai regressar a Lisboa este domingo, dia 18 de setembro, e promete voltar a gerar conhecimento, amizades e ligações, assim como proporcionar a reflexão e debate sobre variados temas, da tecnologia ao desporto, com diversas ferramentas e perspetivas.
O Jornal Económico entrou em contacto com Marta Gonzaga, co-organizadora do evento, para perceber o que vai acontecer em palco e que novidades estão a ser planeadas para serem apresentadas ao público.
As conferências TEDx regressam à capital portuguesa, onde já a última edição tinha sido realizada em 2016. Gonzaga explica que este é “um evento associado a um momento e uma equipa específica, é um trabalho valioso que traz muito retorno em termos de conhecimento, amizades, ligações, mas tem o seu tempo. O TEDxLisboa tinha outra equipa”, refere, sem deixar de lado os efeitos do período de pandemia.
“O longuíssimo interregno de eventos e isolamento social deu-nos o ânimo que faltava”, sublinha, depois de seis anos de ausência, e dá uma garantia: “Para quem gosta de refletir, de debater, este é o momento de semear um certo otimismo, lúcido, com diferentes ferramentas e perspetivas”.
A co-organizadora destaca o variado leque de temáticas que serão trazidas para discussão, assim como os benefícios que as palestras podem ter para qualquer tipo de público.
“Estas conferências têm um âmbito muito alargado de áreas abordadas, num modelo claro, quase poético de conhecimento. São partilhas de ideias com pessoas brilhantes que não levam o ego, ou jargões técnicos, para o palco. Numa conferência TEDx fala-se de ciência, mas também se fala de superação, de tecnologia ou de desporto. A audiência é ‘civil’, no sentido em que não estão ligados profissionalmente a nenhum dos temas, a plateia está nestas conferências para descobrir a beleza do conhecimento. É um evento inspirador.”
Gonzaga promete, para todos os presentes, “um dia energizante, com 16 oradores nacionais e internacionais” e lembra que o modelo TED contempla “intervenções curtas em torno de uma ideia original, que pretende despertar uma conversa sobre um tópico com impacto na vida em comunidade”. Tudo isto, sem esquecer a importância de quem escuta poder sair da sua zona de conforto, de forma a ouvir vozes diferentes daquilo a que estamos mais habituados.
“Hoje as conversas estão muito polarizadas e as pessoas estão cada vez mais confortáveis nos seus preconceitos. É interessante que pela primeira vez na vida tenho recebido opiniões como ‘não gosto daquele, por isso não o que ouvir’. Mas é precisamente por isso que os devemos ouvir”, refere, antes de reforçar a importância que encontra nestas conferências.
“Há uma tendência obsessiva para tudo girar em torno do mesmo. Eu cresci noutro cenário, com dois canais de televisão em que toda a gente via os mesmos programas, e debater ideias novas era um prazer. Agora, temos centenas de canais e online uma fonte inesgotável de informação, e ainda assim, conseguiu-se arranjar maneira de falarmos todos do mesmo. É como se a humanidade não tivesse mais do que pensar, vivemos de ‘achismos’”, lamenta.
“Estas palestras remam contra esta tendência, abrem as portas à conversa. O que é que trazemos com o TEDx Lisboa? Com estas palestras, abrem-se portas a conversas relevantes sobre humanidade e o planeta.”
As conferências vão ter lugar na reitoria da Universidade NOVA de Lisboa, em Campolide, entre as 9:30 e as 18:30 de domingo.
