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PSD critica Governo por “má gestão e execução” de fundos europeus

Catarina Rocha Ferreira falava no debate parlamentar sobre o Estado da União, esta quarta-feira, criticando ainda a conduta do Governo face às PME quando este “só ajudou 21%” destas empresas e é “dos países que menos gastou” nestes apoios.
28 Setembro 2022, 18h55

A deputada do PSD Catarina Rocha Ferreira criticou a “má gestão e execução” dos fundos europeus por parte do Governo, afirmando ainda que este “não deveria ser uma agência de publicidade” da União Europeia (UE), mas que “o seu papel é produzir resultados”.

Catarina Rocha Ferreira falava no debate sobre o Estado da União, ocorrido na Assembleia da República (AR) esta quarta-feira, criticando ainda a conduta do Governo face às PME quando este “só ajudou 21%” destas empresas e é “dos países que menos gastou” nestes apoios.

A parlamentar repudiou também o “atraso” na execução do Portugal2020, que “ainda tem cinco mil milhões de euros por executar até ao final de 2023”, o facto de o PT2030 ainda não ter começado e a “péssima execução” do Plano de Recuperação e Resiliência.

Por seu turno, o deputado do Chega Pedro Pessanha apontou a falta de motivação do Governo em matéria de defesa e segurança, seis meses após a divulgação da Bússola Estratégica no âmbito europeu em matéria de defesa. O deputado considera que o Executivo “nada tem para mostrar” nesta matéria e “nada faz pela defesa e soberania de Portugal”.

Esta situação, a ver do deputado do Chega, desmotiva os militares das Forças Armadas. “Nisto o Governo é coerente: desmotiva todos, médicos, enfermeiros, professores e também os nossos militares”, concluiu.

A deputada Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, apontou o dedo às opções da UE, do BCE sobre as taxas de juro mais altas e salários mais baixos, frisando que estes insistem “em castigar as pessoas”. “A Europa tem agora uma oportunidade para piorar tudo. Se perante a inflação causada pelo lado da oferta, a UE insistir em castigar as pessoas, com taxas de juro mais altas e salários mais baixos, estará mais uma vez a escolher o dogma contra os interesses dos povos da Europa”, apontou.

Mariana Mortágua ainda retratou o Estado da UE, com o facto de a extrema-direita ter vencido as eleições na Itália. “Não foi a guerra, são duas décadas de um batido perigoso de liberalismo económico e de tecnocracia europeia”, realçou.

“A UE aceitou os termos de debate com a extrema-direita, tolerou a sua presença desde que ela fosse obediente a um programa de liberalismo económico e tem-se dedicado a deixar cair uma a uma as cláusulas do contrato social do pós-guera, que garantiu a verdadeira segurança da população europeia, a educação, a saúde, a habitação e a estabilidade laboral”, disse ainda.

O deputado do Iniciativa Liberal Bernardo Blanco questionou o secretário de Estado dos Assuntos Europeus sobre a posição do Governo em relação à proposta de corte de fundos europeus à Hungria, por violação de normas do Estado de Direito, e ainda sobre uma proposta aprovada da autoria do seu partido sobre a identificação de associações no país ligadas ao regime russo e suspensão de todos os apoios públicos.

Já o deputado do Partido Comunista Alfredo Maia realça a “muito clara intenção de prosseguir a escalada de confrontação que anima os EUA, a NATO e a UE”, que identificou no discurso da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acusando-a ainda de “fazer a apologia da guerra” da Rússia na Ucrânia.

Por fim, Alfredo Maia destaca que a política monetária “injustificável e perigosa” do BCE representa “um real obstáculo ao investimento”.

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