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Governo de Cabo Verde diz que fim da licença restrita dos bancos não se deve ao Luanda Leaks

Há quatro bancos com autorização restrita a operar neste país africano: Montepio Geral, BFI, Banco Privado Internacional e Banco BIC.
Vicent West/Reuters
4 Fevereiro 2020, 14h13

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, explicou que a decisão de acabar com bancos de licença restrita não está relacionada com o Luanda Leaks,a  investigação jornalística que envolve uma das instituições financeiras a laborar nessas condições em Cabo Verde.

Atualmente, operam em Cabo Verde quatro bancos com autorização restrita, designadamente o Montepio Geral, o Banco de Fomento Internacional (BFI) e o Banco Privado Internacional (BPI) e o Banco BIC, com participação da empresária angolana Isabel dos Santos.

Questionado sobre o assunto, à margem do encontro com os empresários da ilha de Santiago, Ulisses Correia e Silva adiantou que a medida já estava tomada há mais de um ano, estando esses bancos que operam apenas com não residentes em processo de transição para passarem a ser bancos de licença genérica.

“Esta medida já vem de 2018. Demos um período transitório para que as instituições financeiras se adaptassem. São poucas, não tem impacto sobre a economia e nem sobre o emprego e nos resolvemos alterar as regras no sentido de termos muito mais transparência no sistema financeiro e cumprindo as normas internacionais de regulação em relação aos quais temos compromissos”, esclareceu o chefe do Governo cabo-verdiano.

De acordo com informação prestada à agência Lusa pelo Banco de Cabo Verde, dois dos quatro bancos que operam em Cabo Verde com autorização restrita (Instituições de Crédito de Autorização Restrita — ICAR) solicitaram o alargamento da licença para utilização genérica (Instituições de Crédito de Autorização Genérica – ICAG).

O banco central cabo-verdiano, de acordo com a mesma fonte, não esclareceu quais os bancos que pediram o alargamento de licença, sendo que, conforme a garantia do Governo local, os que não forem convertidos em ICAG serão encerrados até final do ano.

O Banco BIC Cabo Verde, participado pela empresária angolana Isabel dos Santos e que está a ser inspecionado pelo banco central cabo-verdiano, apresentou lucros de mais de cinco milhões de euros em 2018, tendo apenas 12 trabalhadores.

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