Um dos principais membros da administração de Donald Trump defendeu que mais empresas norte-americanas devem investir no grupo EDP.
“Espero que empresas norte-americanas invistam na EDP”, disse Dan Brouillette esta quinta-feira durante um encontro com jornalistas em Lisboa. “Queremos que se torne maior no mercado norte-americano”, declarou o Secretário da Energia dos Estados Unidos da América.
Questionado sobre se a presença da CTG no capital do grupo EDP pode vir a ser um problema para a empresa nos EUA, mesmo depois da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da CTG ter falhado, o governante apontou que pode vir a representar um problema, à medida que a empresa cresce nos EUA.
“A preocupação é, à medida que a EDP cresce nos Estados Unidos, e esperamos que continue a crescer, a presença do investimento chinês na EDP pode representar problemas, à medida que o crescimento continua. E é isso que vamos avaliar muito diretamente”, afirmou Dan Brouillette.
“Em relação ao investimento chinês na EDP, representa alguns desafios para nós nos Estados Unidos, porque a abordagem dos chineses, vou usar uma palavra dura, é literalmente roubar propriedade intelectual. Sabemos isso como nação, outras nações sabem isso, e nas minhas conversas aqui em Portugal é um facto largamente reconhecido, os chineses têm sido muito agressivos no roubo de propriedade intelectual, ao ponto de isto representar um risco para a rede de eletricidade norte-americana, ou um risco para a nossa defesa nacional. Vamos tratar destes assuntos de forma muito agressiva e muito dura”, declarou o Secretário da Energia norte-americano.
A China Three Gorges, empresa estatal chinesa, detém 23,27% da EDP. Seguem-se os espanhóis da Oppidum Capital (7,19%), os norte-americanos da BlackRock (5,01%), a Mubadala Investment Company de Abu Dhabi (3,15%), o fundo norte-americano Paul Elliott Singer (2,45%).
Por sua vez, o grupo EDP detém quase 83% do capital da EDP Renováveis, com 17% nas mãos de outros acionistas. Destes restantes acionistas, a maioria (26%) tem origem nos Estados Unidos, seguido do Reino Unido (18%) e do Luxemburgo (16%).
Os fundos norte-americanos Capital Group e Blackrock chegaram a deter 22% da EDP em 2015, superando os então 21,35% da CTG. No entanto, a presença norte-americana tem vindo a diminuir desde então na maior elétrica nacional.
O presidente executivo da EDP já deu conta do interesse de capital norte-americano na elétrica portuguesa. “Vemos o interesse de muitos fundos americanos na EDP”, disse António Mexia ao Jornal Económico a 15 de novembro.
Na ocasião, o gestor também declarou que a “parceria com a CTG tem de ser uma parceria, como se costuma dizer, win-win para a CTG e para a EDP”.
https://jornaleconomico.pt/noticias/antonio-mexia-vemos-interesse-de-muitos-fundos-americanos-na-edp-513714
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