O antigo presidente timorense, José Ramos-Horta, diz estar confiante que Xanana Gusmão vai assumir o cargo de primeiro-ministro do novo Governo, apelando ao chefe de Estado para aceitar a aliança parlamentar hoje anunciada.
“Eu insisti desde a primeira hora que seja ele primeiro-ministro. É a figura de peso. E já no passado vimos que quando cede liderança a alguém sem a autoridade dele e sem o domínio dos dossiers pode resultar sempre em fragilidades, o que é natural”, afirmou à Lusa José Ramos-Horta.
“Hoje, os outros parceiros da coligação também insistiram nisso. E como Xanana não disse que não, presumo que tem consciência, que está ciente de que é ele que deve dirigir o Governo nos próximos três anos”, disse
Ramos-Horta disse ainda esperar que seja possível encontrar uma solução para o caso dos nomes indigitados para o Governo pelo Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), liderado po Xanana Gusmão, e que o Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, recusou empossar.
“Xanana disse que vai falar com o Presidente pela positiva. Vai tentar tudo e encontrar um acordo com o Presidente”, afirmou.
O líder do CNRT “não se mostrou nada confrontacional. Está com uma postura muito positiva. No limite a decisão está com o Presidente da República que deve também caminhar ao encontro das propostas do novo Governo”, acrescentou.
José Ramos-Horta adiantou que a nova aliança parlamentar deve ser apresentada a Lu-Olo, “até ao final da próxima semana”.
O responsável falava à Lusa na sequência do anúncio do líder CNRT da formação de uma nova maioria parlamentar para apoiar a formação de um novo Governo em Timor-Leste.
“Para ultrapassar o impasse, os partidos falaram. Estamos prontos para avançar com uma nova maioria. Temos 34 cadeiras no parlamento e nova maioria”, declarou Xanana Gusmão, em conferência de imprensa.
Além de contar com o apoio dos 21 deputados do CNRT, maior partido da atual coligação do Governo, a nova aliança inclui ainda os cinco deputados do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) e os cinco do Partido Democrático (PD).
Fazem ainda parte da nova coligação, os três deputados dos partidos mais pequenos no parlamento, Partido Unidade e Desenvolvimento Democrático (um deputado), Frente Mudança (um) e União Democrática Timorense (um).
A nova coligação integra 34 dos 65 lugares do parlamento timorense.
Ramos-Horta disse que sempre acreditou que esta seria a melhor coligação para ultrapassar a crise que vive Timor-Leste, especialmente depois das declarações da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) – maior partido no parlamento – de que se queria concentrar nas eleições de 2023.
“Embora tenha havido alguma movimentação da Fretilin (…) esta coligação hoje anunciada já estava segura há vários dias”, explicou Ramos-Horta que participou hoje no primeiro encontro alargado da liderança da nova aliança.
O ex-Presidente, que mediou a formação da coligação, disse que Xanana Gusmão insistiu na necessidade de os membros da coligação “não representarem os respetivos partidos, mas sim o Governo” e atuarem sempre para “servir e representar o país”.
“Reforçou muito o papel de unidade do Governo. E focou três elementos: humildade, servir com determinação e energia e procurar melhorar cada dia, cada semana, o que estão a fazer”, referiu.
Dirigentes partidários que participaram no encontro disseram à Lusa que Xanana Gusmão agradeceu a intervenção de Ramos-Horta para conseguir concretizar esta coligação.
[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/economia-de-timor-leste/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”771″ slug=”economia-de-timor-leste” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/economia-de-timor-leste/thumbnail?version=1579545984670&locale=pt-PT&publisher=www.jornaleconomico.pt” mce-placeholder=”1″]
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com