A par do que a Volkswagen e a Daimler fizeram, também a germânica BMW e a japonesa Toyota anunciaram esta quarta-feira que vão encerrar temporariamente a atividade das suas fábricas por toda a Europa, como medida contingencial face aos receios com a segurança dos trabalhadores e à capacidade de manter a linha de montagem automóvel operacional, devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
No caso da fabricante de Munique, será suspensa a atividade nas suas fábricas na Alemanha, Áustria, Holanda e Reino Unido por pelo menos um mês, de acordo com o Financial Times. Também a linha de produção automóvel de Rosslyn, na África do Sul vai encerrar.
Com este encerramento temporário, a empresa automóvel descartou as suas previsões para 2020. “A atual incerteza em torno de futuros desenvolvimentos mundiais motivados pelo impacto do coronavírus dificulta uma previsão exacta para 2020”, explicou o diretor financeiro da BMW, Nicolas Peter, citado pelo jornal anglo-saxónico.
“De acordo com os desenvolvimentos mais recentes, a nossa orientação para o ano inteiro pressupõe que a situação das vendas se deteriorará em todos os principais mercados”, acrescentou.
No ano de 2019, o lucro da BMW caiu 30%, apesar das receitas record e das fortes vendas de utilitário desporitvos de luxo no último trimestre de 2019. O Financial Times lembrou que a marca alemã “investiu milhares de milhões no desenvolvimento de veículos elétricos”.
Já a Toyota decidiu fechar as suas fábricas na Europa, justificando a decisão com a escassez de fornecimento de componentes automóveis e à incerteza no mercado. As unidades que vão encerrar localizam-se no Reino Unido, na Polónia, na Turquia e na República Checa (esta em parceria com a PSA).
Com os encerramentos da BMW e da Toyota, apenas cinco marcas mantém as suas unidades de produção automóvel ativas na Europa: Volvo na Suécia; Kia na Eslováquia; Hyundai na República Checa; Honda no Reino Unido; e Aston Martin no Reino Unido
Hoje, a Associação Europeia de Fabricantes Automóveis revelou ter registado uma diminuição de 7,40% nas vendas de automóveis na Europa, em fevereiro. A maior descida foi verificada na Alemanha (-11%), em Itália (-8,8%), em Espanha (-6%) e em França (-2.70%).
A quebra nas vendas mantém a tendência já verificada em janeiro, fruto das alterações fiscais em alguns países mas também devido aos efeitos da pandemia Covid-19.
A quebra verificada na Europa acompanha uma tendência verificada também na China, o primeiro país a sofrer os efeitos económicos da epidemia do novo coronavírus. O país asiático registou uma queda de 20% nas vendas de carros em janeiro e um tombo de 82% em fevereiro.
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