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Yanis Varoufakis considera “vergonhoso” desempenho de Mário Centeno no Eurogrupo

O antigo ministro das Finanças da Grécia afirma que o pacote europeu de 500 mil milhões para combater a crise é o início do fim do euro e que “vai haver auteridade”.
Yves Herman/Reuters
17 Abril 2020, 10h50

Yanis Varoufakis classifica de “vergonhoso” o desempenho de Mário Centeno como presidente do Eurogrupo. Numa entrevista à rádio “TSF” esta sexta-feira, 17 de abril, o antigo ministro das Finanças da Grécia acredita que o pacote de 500 mil milhões para combater a crise provocada pela pandemia da Covid-19, marca o início do fim do euro.

Questionado pela rádio portuguesa para classificar o desempenho de Centeno no Eurogrupo, Varoufakis afirma ser “vergonhoso” e que o ministro das Finanças português “devia baixar a cabeça com vergonha por ter arranjado este não-acordo”, isto porque Mário Centeno “vem de um país que conhece a dor da austeridade, que sabe que a zona euro nunca lidou racionalmente com a enorme crise de 2010 e 2011” e como tal “tinha o dever moral e político para com os povos português e europeu de não repetir os desempenhos do sr. Juncker e do sr. Dijsselbloem quando eram presidentes do Eurogrupo”.

Sobre a aprovação do pacote de 500 mil milhões de euros, Yanis Varoufakis considera que “ao rejeitar os eurobonds, tendo em vez disso empréstimos do Mecanismo Europeu de Estabilidade ou dos mercados, países como a Grécia ou Portugal vão estar tão endividados no próximo ano que, mesmo sem restrições orçamentais europeias, vai haver um nível de austeridade pior que a de 2011”.

O antigo ministro das Finanças grego acredita também que esta crise pode ser o princípio do fim da zona euro. “Não tenho dúvidas de que sim, se continuarmos neste caminho”, olhando para Itália como a ‘peça de dominó’ que fará cair todos os países. “Itália vai ter de pedir enormes quantidades de dinheiro emprestado. Vai ter um colapso de 10% no PIB. O rácio de dívida sobre o PIB vai rapidamente aumentar para 180% ou mais. O défice vai ser gigantesco: 15%, talvez 20%. Qualquer governo que tenha de implementar um programa assim vai para a rua rapidamente. Matteo Salvini vai cavalgar para o poder e garanto que a primeira coisa que vai fazer é um plano para a Itália sair do euro. E se a Itália sair, saímos todos”, explica.

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