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Comércio digital. Pandemia adiantou o futuro em 10 anos, aponta APED

“Estão a ser feitas agora exigências que só se pensava que seriam feitas daqui a dez anos”, sustentou Isabel Barros, adiantando que os consumidores portugueses estão a fazer escolhas mais informadas através dos rótulos que surgem nas embalagens e estão a realizar compras online em massa.
Cristina Bernardo
12 Maio 2021, 12h33

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) realiza esta manhã a Conferência de Primavera referente a 2021, onde a presidente da organização, Isabel Barros, defendeu que se irá “discutir o futuro e as tendências do sector”.

Dado os valores recolhidos nos últimos meses, que indicam a subida vertiginosa do comércio online, a presidente da APED indicou que “o futuro chegou mais cedo do que esperávamos”, uma vez que não esperavam que a pandemia levasse a uma compra desenfreada através do comércio digital.

“Estão a ser feitas agora exigências que só se pensava que seriam feitas daqui a dez anos”, sustentou Isabel Barros, adiantando que os consumidores portugueses estão a fazer escolhas mais informadas através dos rótulos que surgem nas embalagens e estão a realizar compras online em massa. De relembrar que no primeiro confinamento, entre março e maio de 2020, as empresas de distribuição tiveram os seus canais entupidos com pedidos de entregas.

“Numa altura em que expressões como ‘desafio’, ‘oportunidade’ e ‘reinvenção’ ganham uma nova dimensão, temas como transição digital, Inteligência Artificial, sustentabilidade e novas formas de liderança e gestão de pessoas estão longe de ser novos para qualquer um de nós”, sustentou Isabel Barros na abertura da sessão, notando que a visão estratégica da APED se assenta nos eixos “pessoas, economia de futuro, competitividade e ética e sustentabilidade”.

A presidente da associação notou ainda que “em menos de um ano se formou a tempestade perfeita”, dado que a inovação tecnológica, adoção massificada de novos padrões de consumo e de novos padrões ambientais se encontraram mutuamente nas habitações dos cidadãos e, consequentemente, nas empresas de distribuição.

Também o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, evidenciou que “o retalho vai ser tremendamente impactado pela digitalização da economia e da sociedade”. “A pandemia que emergiu no último ano só acelerou tendências que podemos reconhecer e que vão requerer que os operadores logísticos se tornem mais ágeis para acompanharem a mudança”, sustentou na sua intervenção.

Pedro Siza Vieira notou que se verificou um “significativo crescimento da migração para o comércio online” em Portugal, onde antes da pandemia a experiência de vendas e presença no online “era menor do que a média da União Europeia”. O ministro assume que os governantes vêm “com tanto otimismo que tanto os consumidores como os retalhistas conseguiram adaptar-se à mudança” durante a pandemia, em que muitas empresas conseguiram estabelecer-se no digital, manter a sua base de clientes e ainda aumentá-la durante os confinamentos.

“As mudanças serão permanentes. As empresas têm cada vez mais uma presença digital, reconheceram que isso permite uma melhor produtividade e desenvolvimento do seu negócio”, explicou o ministro responsável pela transição digital.

Ainda assim, Siza Vieira destaca que também se observou uma mudança na atitude dos consumidores, que cada vez mais estão a optar por pagamentos contactless, e que os portugueses “estão mais confiantes a usar estas tecnologias”, uma vez que as “fintech e os bancos oferecem mais apoio para uma decisão informada”.

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