A Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR) lança o apelo à Associação Portuguesa dos Centros Comerciais (APCC) para explicar o valor dos apoios de 305 milhões de euros anunciados por esta entidade e a forma como essa verba foi calculada.
Em comunicado emitido esta sexta-feira, 12 de junho, a AMRR desafia a APCC a “revelar a bem da transparência de mercado num momento de conjuntura adversa, como foi calculado esse valor e o que considera como apoios”, pedindo também para que a entidade detalhe “as medidas e os cálculos de apoio que os centros comerciais estão alegadamente a conceder aos lojistas, e a indicar qual a percentagem desses apoios que se destinam a empresas detidas, direta ou indiretamente, pelos próprios proprietários dos centros comerciais”.
No mesmo documento, a entidade do retalho e restauração deixa ainda algumas questões à APCC como por exemplo, se “as rendas diferidas ao abrigo da moratória legal, são consideradas pela APCC como apoio aos lojistas?”, ou que
“apoios são considerados para a quebra, em média, de 40% das vendas que se verificam na reabertura das lojas dos centros comerciais?”.
Quanto aos 305 milhões de euros anunciados pela APCC, a associação dos retalhistas pergunta qual a percentagem desse valor que diz “respeito a perdão das rendas mínimas fixas, sem que por detrás não exista a exigência de condições lesivas para os lojistas no futuro?”.
A entidade dos retalhistas e restauração deixa também o alerta ao poder legislativo para uma “solução de apoio” que devido à pandemias levou as lojas a fecharem e como tal, “poder haver um impacto económico maior, com perda de mais de 100 mil postos de trabalho diretos, mais de 200 mil postos de trabalho indiretos e custos acrescidos para o Estado estimados em mais de dois mil milhões de euros”.
Esta sexta-feira, a Associação Portuguesa dos Centros Comerciais anunciou que vai distribuir este ano um total de 305 milhões de euros pelos lojistas, tendo já chegado a um acordo com 87% dos lojistas que pertencem a esta entidade.
Na base deste apoio aos trabalhadores do setor do retalho estão descontos, incentivos aos lojistas, reduções de custos de operação e o regime excepcional de mora das rendas, que permite diferir o pagamento destas mensalidades para 2021 e 2022.
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