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Presidente do PS: “Ou temos um financiamento rapidamente ou ficamos sem TAP”

Carlos César criticou a Associação Comercial do Porto pela ação judicial contra a injeção de liquidez. “Alguma entidade representativa dos empresários portugueses tomará a responsabilidade de fechar a transportadora aérea nacional?”, questionou.
O presidente do PS, Carlos César em conversa com o secretário-geral do partido, António Costa
24 Junho 2020, 09h29

O presidente do PS avisou que a TAP precisa urgentemente de financiamento ou a companhia corre o risco de fechar portas.

Reagindo à providência cautelar da Associação Comercial do Porto que impede temporariamente a injeção de 1.200 milhões de euros na TAP, Carlos César apontou que esta associação está a contribuir para atrasar o processo de injeção de liquidez da companhia aérea.

“Não há duas alternativas: ou o Governo injeta [dinheiro] na TAP ou a TAP termina. Algum partido político, alguma entidade representativa dos empresários portugueses ou dos empreendedores portugueses tomará a responsabilidade de fechar a transportadora aérea nacional?”, disse o dirigente socialista na terça-feira à noite após ser recebido em Belém pelo Presidente da República.

“A TAP vive uma situação de emergência: ou a situação é resolvida com rapidez ou vamos ter um seríssimo problema com essa empresa. Ou temos um plano estratégico e um financiamento rapidamente ou ficamos sem TAP”, avisou Carlos César.

Na terça-feira, o Supremo Tribunal Administrativo decidiu aceitar “liminarmente” a providência cautelar colocada pela Associação Comercial do Porto e que paralisa temporariamente a injeção de capital por parte do Estado na companhia aérea portuguesa TAP, conformou avançou o jornal Expresso.

O processo visa também obter vários documentos que não foram tornados públicos até agora como o  Acordo de Venda Direta, Acordo de Compromissos Estratégicos e o Acordo Relativo à Estabilidade Económica e Financeira da TAP, avançou o Expresso.

A Associação Comercial do Porto avançou com esta providência cautelar por discordar do plano de retoma de voos da companhia aérea, alegando que várias entidades do Porto e da região norte estão insatisfeitas com o plano de retoma da companhia. A associação quer assegurar 80% dos voos operados pela TAP antes da pandemia para a invicta.

Na terça-feira no Parlamento, antes de ser conhecida a decisão judicial, o presidente executivo da TAP argumentou que a companhia aérea tem vindo a apostar nos voos para o Porto desde a sua privatização.

Entre 2015 a 2019, a TAP cresceu 50% no número de passageiros no Porto, num total de 25.614 voos e 2,448 milhões de passageiros. Em comparação, o número de passageiros entre 2010 e 2014 cresceu 2%, segundo os dados apresentados pela empresa no Parlamento na terça-feira.  Sem contar com os voos da ponte aérea entre Lisboa e Porto, criada em março de 2016, o crescimento de passageiros da TAP no aeroporto Sá Carneiro foi de 30%.

Por sua vez, o presidente do PSD veio ontem a público apontar que a providência cautelar resulta de um “erro crasso” da companhia por “olhar para o país com uma visão paroquial e assumir-se como uma empresa regional que só olha para uma região do país, por mais importante que ela seja”.

Rui Rio lembrou que o Governo tem “instrumentos para eliminar o efeito suspensivo da providência”.

TAP aumentou em 50% número de passageiros no Porto desde 2015

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