O deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite disse que os técnicos de epidemiologia da Direção-Geral de Saúde (DGS) indicaram na apresentação realizada nesta quarta-feira no Infarmed que o aumento de casos em Lisboa e Vale do Tejo é a “representação de uma segunda onda de Covid-19” e não apenas o resultado do aumento de testagem, “que foi uma teoria veiculada nos últimos dias”.
Considerando que “poderá haver uma subida exponencial” do número de infetados, com a disseminação do vírus devido à mobilidade para o resto do país e à entrada de centenas de passageiros de aviões e de navios a chegar diariamente a Portugal a partir de 1 de julho, o parlamentar realçou a importância do “isolamento imediato” não só dos doentes como de todos aqueles que estiveram em contacto com eles.
“Não se pode baixar a guarda e é preciso intervir”, disse Baptista Leite, lamentando que Portugal continue a deixar entrar turistas sem exigir que sejam previamente testados à Covid-19, enquanto portugueses que querem viajar para outros países são sujeitos a períodos de quarentena. “Identificar todos os potenciais pontos de entrada e disseminação é garantir que o turismo continue a funcionar e que a essa economia continue a prosperar”, disse o deputado, que representou o PSD na apresentação da situação epidemiológica da Covid-19, tal como o presidente da distrital lisboeta, Ângelo Pereira, enquanto o líder social-democrata, Rui Rio, participou através de videoconferência, na qualidade de conselheiro de Estado.
Ricardo Baptista Leite revelou ainda que a Comissão de Proteção de Dados já deu o seu aval à aplicação para telemóvel que ajudará a identificar cadeias de contacto, estando pronta para ser disponibilizada nos próximos 15 dias. “Será uma ferramenta que ajudará a identificar casos”, considerou o deputado, acrescentando que há neste momento 65 surtos a nível nacional, dos quais 53 na região de Lisboa. No entanto, 15 a 20% dos casos na região de Lisboa e Vale do Tejo são de transmissão comunitária, o que potencia a progressão da pandemia, pelo que o isolamento é a “única forma de conseguirmos controlar a epidemia para garantir que a economia possa continuar a funcionar”.
“É fundamental que a autoridade de saúde tenha o apoio do Governo para, utilizando todos os meios, garantir esse isolamento. Da parte do PSD terão todo o apoio que precisarem para garantir esse isolamento. É o momento crítico para assegurar que o cataclismo que estamos a viver, com aumento da pobreza e da fome, possa pelo menos ser mitigado”, concluiu o deputado do PSD.
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