A internet veio mudar a forma como fazemos compras, ouvimos música, consumimos informação, fazemos reservas de serviços e vivemos o nosso dia a dia… Mas se ainda recentemente a ‘transformação digital’ era uma expressão exclusiva de académicos e visionários, hoje é tema recorrente em noticiários e painéis de discussão.
A pandemia trouxe incerteza e mudança a uma escala sem precedentes, mas também acelerou processos, instituiu práticas e abriu horizontes até aqui inexplorados por muitos em matérias como a estratégia digital e a transição para o online. Se tivermos em conta a adoção de métodos e ferramentas digitais para se atingirem objetivos estratégicos de negócio, a transformação digital é um processo complexo e multifacetado, uma alteração profunda acima de tudo ao nível da cultura, que impacta todos os aspetos da vida das organizações e das empresas.
Para responderem às expectativas dos clientes e serem capazes de contrariar os avanços da concorrência, os negócios tiveram de evoluir e, para eles, a transformação digital significou muito mais do que a tecnologia escolhida para ‘dar o salto’.
Os negócios digitais partilham características comuns, nenhuma delas sobre o que a empresa faz, mas todas sobre como o faz:
- Cultura: longe das estruturas de negócio tradicionais, formais e hierarquizadas, as empresas que aderem à transformação digita ‘empoderam’ cada elemento a contribuir com ideias e a tomar decisões, com vista a fornecer uma experiência de serviço otimizada.
- Cloud: com os serviços assentes na cloud, as empresas são mais ágeis e económicas, o que lhes permite otimizar custos e investir continuamente em inovação, para testar, aprender e preparar mudanças futuras.
- Conforto: com a aceitação generalizada do teletrabalho, cabe às empresas encontrar novas formas de garantir o conforto dos trabalhadores, função essa até à data desempenhada pelo escritório. Novas formas de contribuir para o bem-estar vão certamente emergir.
- Colaboração: todos os elementos da empresa estão ativamente empenhados em concretizar uma visão conjunta, o que implica trabalhar a diferentes níveis para gerar confiança, promover transparência e motivar para o objetivo.
- Continuidade: a transformação digital não é um projeto com data de início e fim. A tecnologia vai continuar a evoluir e a exigir adaptações, o que significa que a empresa terá de continuar a aprender e a atualizar-se.
A entrada no futuro digital é inevitável e necessária, embora nem sempre considerada urgente. Não é, contudo, uma coincidência que as organizações que mais capacitam e fomentam o desempenho das suas equipas – instituindo transparência nos processos, praticando uma comunicação aberta e abrindo possibilidades de desenvolvimento profissional –, retirem também daí maiores dividendos de motivação e produtividade.
A situação excecional que vivemos correntemente tem provado que empresas que adotam estratégias digitais tomam decisões mais informadas e inteligentes, através do uso de dados que lhes permitem uma redução dos tempos de reação e um aumento das receitas, o que lhes traz maior resiliência e capacidade para responder a novas exigências.
Competir no mercado global, atrair talento e garantir o grau de inovação que alimenta a nova economia requer empresas do mundo conectado. E embora para terem acesso a todas as vantagens, tenham de estar dispostas a correr riscos, nunca foi tão claro que o momento de investir no digital é agora.