[weglot_switcher]

A pandemia (ainda) não conseguiu matar o populismo

Depois da escalada do populismo na política mundial, que líderes se seguem para enfrentar a maior incerteza da história recente? Especialistas consultados pelo Jornal Económico não antecipam o fim desta tendência, tradicionalmente potenciada pelas crises económicas. A exceção pode chegar para os populistas que, já estando no poder, recebam o cartão vermelho da “culpa”.
23 Agosto 2020, 09h00

O aumento do populismo tem uma ligação direta a fatores económicos, sejam eles seculares, como o comércio e a automação, sejam aqueles que derivam de crises, de que foi exemplo o aumento do desemprego ou a austeridade associada à crise das dívidas soberanas. O argumento, citado pelos economistas Sergei Guriev, da Sciences Po, e Elias Papaioannou, da London Business School, no paper “The Political Economy of Populism”, publicado esta semana, não permite ainda respostas fechadas, mas dá algumas pistas sobre o impacto que a recessão económica que atinge o mundo, em consequência da pandemia, poderá ter na onda populista que atingiu a política mundial nos últimos anos. Porém, pela primeira vez na história recente, entra também na equação o fator “pandemia”, cuja capacidade de gestão e controlo dos governos terá peso na hora da escolha dos eleitores.

Da direita à esquerda, políticos populistas – alguns com tendências autoritárias – ascendiam em várias regiões do globo e sentavam-se à mesa para o xadrez da governança mundial, numa onda que ganhou força com a ressaca da crise de 2008. Irá a pandemia de Covid-19 matar o populismo porque os eleitores querem o regresso a políticos mainstream para gerir as crises, ou pelo contrário, agudizar a tendência? Segundo os especialistas consultados pelo Jornal Económico, a probabilidade é que a pandemia não dite o fim do populismo, podendo até levar ao seu exacerbamento.

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.