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Praças europeias seguem em alta em dia de reunião da reserva federal dos EUA

O dia ficará marcado pelas decisões emanadas de uma reunião de dois dias da Reserva Federal. A dois meses das eleições, o presidente do organismo, Jerome Powell, quererá soar tudo menos controverso.
16 Setembro 2020, 12h14

As principais praças europeias estão a valorizar na sessão desta quarta-feira, com os investidores, dizem os analistas, a aguardarem com otimismo pelo fim da reunião de política monetária de dois dias da Reserva Federal dos Estados Unidos.

Os índices de referência europeus estão todos a ‘navegar’ do lado positivo, com a exceção do FTSE Labitex, que a meio da sessão desta manhã estava a cair 1,22%, para os 1.576,4 pontos. As maiores subidas registam-se por esta altura nos índices TecDax e SMI. O DAX está muito próximo da linha de água, com um aumento de 0,04%, para os 13.222,78 pontos.

O português PSI 20 está um pouco mais dinâmico, registando a meio da manhã uma subida da ordem dos 0,09%, para os 4.288,11 pontos –  com destaque para a Ibersol do lado positivo (mais 1,49%, para os 5,44 euros por ação) e para a NOS do lado contrário (menos 0,83%, para os 3,332 euros por ação)

Novamente em termos europeus, o destaque vai para o setor do retalho, que acumula uma subida de superior a 1% desde o início da manhã. A dar força a este segmento está a Inditex, dona da Zara, que reportou resultados acima do esperado no segundo trimestre deste ano, marcado pelo forte impacto da pandemia – mas com a empresa fundada por Amâncio Ortega a conseguir ‘dar a volta’ pelo lado do online.

Aliás, segundo os analistas, o setor do retalho é um dos que envolve maior potencial de sustentação, uma vez que são já inúmeros os exemplos de empresas – a Farfetch é apenas um dos exemplos possíveis – que registaram fortes crescimentos tanto ao nível do volume de negócios como principalmente do número de clientes nesta fase de confinamento económico.

Seja como for, os analistas consideram que os investidores estão esta manhã especialmente atentos ao discurso de hoje de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal que acontecerá no final da reunião de dois dias, e que poderá dar um novo impulso aos mercados. Para trás ficaram os tempos difíceis – pelo menos até ao final do ano passado – em que Powell chegou a ser considerado pelo presidente Donald Trump como uma espécie de ‘persona non grata’, dado o desalinhamento entre as políticas económicas da Casa Branca e a instituição.

Tudo isso já passou – a Reserva Federal decidiu bem antes da pandemia acompanhar a descida das taxas diretoras ‘sugerida’ por Trump – mas mantém-se o impasse no Congresso norte-americano em torno da questão de um eventual novo pacote de medidas de auxílio à recuperação da economia.

Jerome Powell dará uma entrevista coletiva na qual provavelmente assunirá uma postura bastante pacífica, segundo analistas britânicos citados pelo jornal ‘The Guardian’. No mês passado, a FED anunciou um novo regime de metas de inflação média, que dá mais margem de manobra antes de apertar a política monetária.

“Powell fará questão de soar incontroverso antes da eleição nos Estados Unidos dentro de dois meses”, o que pode ser suficiente para transferir algum sentimento positivo para os mercados.

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