Os leitores habituais sabem o orgulho que tenho na academia e na ciência britânicas; e que estou sempre à procura de oportunidades para construir pontes e ligações entre cientistas e investigadores portugueses e os seus homólogos britânicos. Deixo aqui alguns exemplos muito recentes:

– Na semana passada, foi notícia a descoberta de fosfina na atmosfera de Vénus – levando a especulações tentadoramente plausíveis de que poderia haver formas de vida no planeta mais próximo. Esta descoberta resultou de uma colaboração internacional, mas a astrónoma que liderou a observação chama-se Jane Greaves e trabalha na Universidade de Cardiff.

– Também recentemente ouvimos falar da parceria entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica britânica AstraZeneca para desenvolver uma vacina contra a Covid-19. Esta não é a única potencial vacina em desenvolvimento e o nosso desejo é que todas tenham sucesso. Mas graças aos extraordinários avanços da ciência e da inovação, o projeto Oxford/AstraZeneca já está na terceira fase de testes e os sinais são promissores.

– A ciência médica britânica também conduziu a avanços cruciais no tratamento da Covid-19. Em junho, um estudo liderado pela Universidade de Oxford demonstrou que a dexametasona reduz significativamente o índice de mortalidade em pacientes gravemente doentes. Em julho, foi anunciado que a empresa britânica Synairgen desenvolveu um tratamento proteico que pode ser inalado diretamente nos pulmões, reduzindo em 80% a probabilidade de uma infeção por Covid-19 desenvolver uma infeção grave.

– Nas próximas semanas, a Agência Espacial do Reino Unido e a ESA irão lançar dois supercomputadores “nano-satélites” na órbita da Terra. Construídos em Glasgow, estes pequenos satélites (do tamanho de uma caixa de sapatos) têm capacidade para rastrear movimentos no transporte de bens e fazer previsões que permitem que o comércio internacional funcione de forma mais eficiente e económica.

– Enquanto isso, a Agência Espacial do Reino Unido anunciou também o apoio a sete projetos britânicos que estão a desenvolver novas tecnologias para rastrear e monitorizar as dezenas de milhões de detritos espaciais perigosos atualmente na órbita da Terra.

– Por último, um estudo fascinante no Reino Unido liderado pelas Universidades de Bedfordshire e Middlesex, em colaboração com a Universidade de Génova e a Advinia Health Care, demonstrou que o uso de robôs “culturalmente competentes” em lares de idosos pode levar a uma melhoria significativa na saúde mental dos idosos, e reduzir a solidão.

Todas estas histórias foram notícia nas últimas semanas. Em conjunto, creio que evidenciam a força e a amplitude do esforço científico no meu país. Uma história que me deixa orgulhoso.