Quer chegue por correio ou o encontro seja na loja, o catálogo do Ikea esteve presente na vida dos consumidores nos últimos 70 anos, marcando várias gerações. Ao fim de sete décadas e com um futuro mais digital, o Ikea decidiu virar a página e terminar com o famoso livro que mostrava as ideias para o ano seguinte, revela a empresa sueca em comunicado.
Ao longo dos anos, o catálogo da empresa sueca tornou-se uma publicação must-have da decoração mundial, e permitiu ao Ikea alcançar e inspirar quem estivesse a decorar a sua habitação, em vários cantos do mundo, com soluções e produtos de decoração para a casa. Com as pessoas a aceder ao site da empresa, cada vez mais acessível e prático, o Ikea verificou uma mudança no comportamento do cliente, que levou à “decisão emocional, mas racional, de encerrar com respeito a carreira de sucesso do catálogo Ikea, e de olhar para o futuro com entusiasmo”.
“Tanto para clientes como para os trabalhadores, o catálogo é uma publicação que traz muitas emoções, memórias e alegrias. Por 70 anos tem sido um dos nossos produtos mais exclusivos e icónicos, que inspirou biliões de pessoas em todo o mundo”, disse o diretor do Inter Ikea Systems, Konrad Grüss. “Virar a página ao nosso amado catálogo é emocional mas racional. O consumo de multimédia e os comportamentos dos clientes mudaram, e o Ikea já está a aumentar os investimentos digitais, enquanto os volumes e o interesse no catálogo diminuíram”, aponta o administrador em comunicado.
Apesar de apontar o fim de uma era de sucesso, o Ikea já se encontra a estudar e desenvolver novas ferramentas que permitam um catálogo digital, e novas facilidades para as pessoas desenharem as suas necessidades e sonhos.
De acordo com os dados revelados pela empresa, a melhor publicação foi a de 2016, quando foram distribuídas mais de 200 milhões de cópias em residências e lojas nos mais de 50 mercados onde o Ikea se encontra. A primeira edição, que data de 1951, teve uma tiragem de apenas 258 mil exemplares, tendo sido todos distribuídos no sul da Suécia. Por sua vez, o exemplar mais recente teve uma tiragem de 40 milhões de exemplares.
“Ao longo dos últimos anos, o Ikea tem transformado muitos aspetos de como alcançar e interagir com os nossos clientes, para encontrá-los onde quer que estejam. Agora, o trabalho irá continuar a ampliar o conhecimento, produtos e soluções de decoração exclusiva do Ikea da melhor maneira possível – para inspirar muitas pessoas por meio de formas, canais e formatos existentes e novos”, assume Grüss.
No acumulado do ano passado, que terminou em agosto, as vendas da loja online aumentaram 45% em todo o mundo, o que também teve um grande peso na decisão de terminar com o catálogo. O site do Ikea recebeu mais de quatro mil milhões de visitas nos últimos 12 meses, enquanto melhorou os seus serviços digitais e lançou novas aplicações para melhorar o conjunto da experiência Ikea.
Em tributo, o Ikea vai lançar no outono de 2021 um livro com inspirações e vários conhecimentos em decoração, que irá colocar à disposição dos clientes.
O primeiro catálogo foi totalmente desenhado pelo próprio fundador do Ikea, Ingvar Kamprad, e teve a mítica poltrona Strandmon com o estofo de cabedal castanho. Nos dias de hoje, a poltrona reinventou-se e ainda se encontra disponível para vendas nas lojas de todo o mundo. O catálogo mudou no virar do século ao ser lançado em versão digital e impressa, enquanto o comércio digital foi lançado na Suécia e Dinamarca no ano seguinte.
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