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“PSD não precisa de fazer nenhuma deriva à direita nem à esquerda para governar”, diz Rui Rio

O líder social-democrata considera que, apesar de haver uma maior fragmentação partidária no Parlamento, o PS e PSD continuam a ser os únicos partidos com capacidade para liderar o Governo e recusa a ideia que a direita esteja no “divã”.
Flickr/PSD
27 Maio 2021, 13h18

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, defendeu esta quinta-feira que o partido “não precisa de fazer nenhuma deriva à direita nem à esquerda para governar”. O líder social-democrata considera que, apesar de haver uma maior fragmentação partidária no Parlamento, o PS e PSD continuam a ser os únicos partidos com capacidade para liderar o Governo e recusa a ideia que a direita esteja no “divã”.

“O PSD não precisa de fazer nenhuma deriva à direita nem à esquerda para governar. O PSD tem de estar no seu posicionamento e capaz de poder depois governar um movimento mais alargado que possa levar ao poder. O PSD para ter poder não tem de se deslocar mais para a direita ou para a esquerda”, disse, à margem de uma visita à 55ª Capital do Móvel, que tem lugar este ano no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.

Utilizando a gíria do mobiliário, Rui Rio disse que não sente que “a direita nem a esquerda precisem de se sentar no divã” e reiterou que, “de qualquer das maneiras, tanto a direita como a esquerda lhe “dizem pouco”. “Sou de centro”, atirou. Ainda assim, referiu que para o PSD voltar a ser Governo precisa de ter “a abertura suficiente para conseguir liderar um movimento para lá de si próprio”.

Rui Rio reconheceu que “hoje em dia, seja para o PSD seja para o PS, é muito difícil conseguir uma maioria absoluta”. “Poucas se conseguiram em Portugal, mas com a fragmentação partidária que existe em Portugal, mas até existe muito mais nos outros países europeus, sozinhos é difícil”, disse, sublinhando, no entanto, que “só há mesmo dois partidos capazes de liderar o Governo: ou é o PS ou é o PSD”. “Os dois em conjunto têm mais de 80% dos deputados”, acrescentou.

Rio diz que não se sentiu “fora do mobiliário” no MEL e elogia Passos Coelho

Sobre a convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL) – também conhecido como “Congresso das direitas” –, que teve lugar esta terça e quarta-feira, o presidente social-democrata recusa a ideia de estar “fora do mobiliário” por se afirmar “de centro” e assinalou que foi lá defender aquelas que considera “as principais linhas de rumo do país”, apesar de lhe terem sido apontadas críticas por fazer uma oposição “fraca” ao Governo.

“Não fui, como disse, ao Congresso das direitas. Fui a uma conferência organizada pelo MEL e defendi aquelas que considero ser as principais linhas de rumo do país, designadamente na política e na economia. Os outros terão ido lá dizer outras coisas. Estive uma conferência onde estiveram pessoas de valor e outras que possa reconhecer menos valor, mas isso não interessa para nada”, disse.

Sobre a presença do antigo primeiro-ministro e ex-líder do PSD, Pedro Passos Coelho, nos dois dias da Convenção do MEL, Rui Rio disse que gostou “imenso” de o ver e recusou tirar daí qualquer ilação. “Tive muito gosto, muito prazer [em tê-lo no MEL]. Foi uma conversa agradável. Gostei imenso, palavra de honra”, disse.

“A minha própria intervenção está, em larga medida, sintonizada com aquilo que é o próprio pensamento do doutor Passos Coelho”, concluiu.

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