A Europa foi líder na primeira fase da revolução digital em que o seu avanço no conhecimento científico esteve na génese de inovações extraordinárias como a Internet, com Tim Berners-Lee no laboratório CERN (Genebra). Na segunda, porém, “perdeu em toda a linha”, particularmente devido à explosão das redes sociais, cloud computing e big data. Agora, que estamos a entrar numa terceira fase – que implica voltar à ciência fundamental, como se está a ver com a inteligência artificial –, “a Europa pode voltar a acrescentar alguma coisa”.
Esta foi uma das ideias defendidas pelo Comissário Europeu Carlos Moedas na primeira edição da CSP Talks. A sua escolha para esta iniciativa tornou-se óbvia em função do cargo que lhe foi confiado na Comissão Juncker que preside aos destinos da União Europeia.
É que na CSP estamos particularmente atentos às transformações profundas decorrentes da terciarização da nossa economia e ao modo como os setores mais dinâmicos dos serviços deverão fazer ouvir a sua voz junto dos poderes públicos. Estas preocupações remetem-nos também para a chamada Economia Digital e o seu relacionamento, nas sociedades modernas, com a investigação, a ciência e a inovação.
A Economia Digital é mesmo uma das prioridades para 2018, a par da atração do investimento, dos custos de contexto, da inovação, da responsabilidade social ou da igualdade de género.
Com efeito, acreditamos que a experiência e o know-how acumulados nas empresas e associações que representamos poderão contribuir, decisivamente, para a formulação de políticas públicas capazes de projetar o nosso país para o nível de desenvolvimento que todos ambicionamos. Queremos ser uma voz ativa nesta terceira revolução digital que está em marcha, respondendo a uma outra ideia deixada por Carlos Moedas: as oportunidades no mundo digital e na ciência e a atitude positiva necessária para aproveitá-las não dependem apenas dos governos, mas, sobretudo, das pessoas.
A União Europeia tem pela frente um enorme desafio de crescimento face aos grandes blocos económicos mundiais e reconheceu – oportunamente – que a aposta na investigação e na ciência deverá ser determinante para alimentar a inovação tecnológica indispensável ao reforço da sua competitividade. As instituições públicas, as empresas e a rede de empreendedores que tem vindo a ser criada em Portugal estão convocadas para responder aos problemas e desafios da digitalização. Estou certo que responderão com grande empenho.