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Como deve ser realizado um investimento em infraestruturas

O Global Infrastructure Hub – uma iniciativa do G20 – revela que se o investimento em infraestruturas não se adaptar às novas tendências, o seu défice ao longo dos próximos 20 anos poderá ser de 15 triliões de dólares. Estes fatores têm a capacidade de alterar o debate sobre as infraestruturas a nível global e é nesse sentido que se espera que os decisores políticos apontem as baterias.
23 Setembro 2021, 07h15

Os planos de recuperação do pós-pandemia no mundo desenvolvido têm apontado em diversos sentidos com uma iniciativa em comum que nem sempre o foi em crises anteriores – o aumento de gastos em infraestruturas. Vários países europeus, bem como o Japão, Canadá e Estados Unidos seguiram essa trajetória com propostas concretas de investimento em infraestruturas. Existem um conjunto de medidas que são aproveitadas e procuradas por estes países: crescimento económico conjuntural de curto prazo e aumento da produtividade com possível impacto no crescimento potencial da economia, baixo custo de empréstimos e a redução de investimento em infraestruturas que se tem observado ao longo das últimas décadas urge algum tipo de intervenção.

Qual o impacto do investimento em infraestruturas para o crescimento económico e a produtividade?

Ao longo do tempo, já vários economistas tentaram explicar o verdadeiro impacto de se investir em infraestruturas. David Aschauer foi sempre uma referência nesta procura e num estudo seu acabou por concluir que em 2019 nos Estados Unidos, um aumento de 1 dólar no stock de infraestruturas poderia aumentar a produção privada de longo-prazo em 66 cêntimos. Existe também uma outra investigação de Pedro Bom e Jenny Ligthart que é considerada uma referência também pelo facto de abranger um maior número de países, e que aponta para um impacto no setor privado de aproximadamente 30 cêntimos. Mesmo observando a discrepância dos estudos, parece razoável assumir que o impacto económico é benéfico.

Normalmente, existem também outros fatores que acabam por influenciar o efeito positivo das infraestruturas no desenvolvimento do país:

>       O nível atual de infraestruturas tem sempre um impacto. A teoria da convergência económica de Solow refere precisamente que um país cresce mais rápido quanto mais longe está do seu potencial. E isso tende a verificar-se também se as infraestruturas ou a capacidade do país para as ter, estiverem consideravelmente longe do seu nível potencial;

>       Se existirem mudanças na natureza das infraestruturas, é necessário um país aproximar-se das suas últimas evoluções. Como se sabe, a transição para uma economia digital está a atingir diversos setores da economia influenciando e alterando o quotidiano da população mundial. As infraestruturas não são exceção, onde é possível observar alterações a nível do uso de eletricidade, medição de estradas e até ciber segurança;

>       A sustentabilidade ambiental e a procura por fontes de energia renovável podem também ter um impacto numa eventual substituição de infraestruturas existentes e consequente desenvolvimento económico desta região.

O Global Infrastructure Hub – uma iniciativa do G20 – revela que se o investimento em infraestruturas não se adaptar às novas tendências, o seu défice ao longo dos próximos 20 anos poderá ser de 15 triliões de dólares. Estes fatores têm a capacidade de alterar o debate sobre as infraestruturas a nível global e é nesse sentido que se espera que os decisores políticos apontem as baterias.

 

 

 

 

 

Frederico Aragão Morais
Senior Market Analyst na Qaestum Capital

 

 

Este conteúdo patrocinado foi produzido em colaboração com a Qaestum Capital.

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