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Caixa BI prevê forte queda nos resultados da Sonae Capital para prejuízos de 3,4 milhões

Resultados não recorrentes em 2016 explicam a queda em 2017. A empresa do Grupo Sonae passa de 18,8 milhões de lucro para 3,4 milhões de prejuízo em 2017.
27 Fevereiro 2018, 18h09

Os analistas do Caixa BI emitiram uma nota com a previsão do resultados anuais da Sonae Capital. A nota de research revela uma estimativa de 3,4 milhões de prejuízos em 2017, o que compara com 18,6 milhões de lucros em 2016.

A Sonae Capital SGPS é uma holding que desenvolve a atividade de gestão de resorts de turismo (hotelaria), restaurantes, ginásios (health clubs), serviços de refrigeração e HVAC (climatização). A empresa também fornece serviços de energia, incluindo cogeração, energia solar e fotovoltaica.

“Para o quarto trimestre prevemos receitas de 47,8 milhões de euros, um EBITDA de 1,2 milhões de euros e lucro líquido de -3,9 milhões de euros. Para o global do ano de 2017 esperamos receitas de 183 milhões de euros, um EBITDA de 19,1 milhões de euros e lucro líquido de -3,4 milhões de euros”, revela o analista Artur Amaro na nota de research.

“No geral, esperamos que os resultados de 2017 sejam negativos na linha inferior, pressionados pela menor performance EBITDA do Tróia Resort, que tem uma comparação difícil com o ano anterior (efeito base). Recordamos que em 2016 a empresa vendeu as unidades operativas de planeamento e gestão (UNOP) 7/8/9 do Tróia Resort por 50 milhões de euros e também registou um ganho não recorrente de 43 milhões de euros com a venda da Norscut e da Operscut. Do lado positivo, sublinhemos as receitas e o desempenho EBITDA da Fitness and Energy, registando um crescimento de dois dígitos no ano fiscal de 2017”.

As regras do plano de urbanização de Tróia, aprovado pela Câmara Municipal de Grândola em 2011, dividiu a península em nove unidades operativas de planeamento e gestão (UNOP). As primeiras quatro UNOP ficaram na mão da Sonae Capital e do seu projeto Tróia Resort, um investimento que ascendeu a 400 milhões e que se estende por 486 hectares de terreno num total superior a 7 mil camas residenciais e turísticas, incluindo mais de duas mil camas em hotéis, seis centenas de apartamentos e três centenas de moradias.

“As receitas do Tróia Resort devem situar-se em 4,8 milhões no trimestre (-55% na comparação anual e -54% trimestre contra trimestre), antecipando 4 contratos assinados no período. No acumulado do ano, esperamos que a receita do Tróia Resort atinja os 24,8 milhões de euros (-20,3% na comparação anual), ressaltando que o 4º trimtestre de 2016 registou um pico de vendas atípicas. Em 2016, esta unidade registrou 37,1 milhões de euros com base na venda da UNOP 7/8/9. O EBITDA registado em 2017 deve situar-se em 3,3 milhões (-81,2% em relação ao ano anterior), prejudicado pelo fraco desempenho do último trimestre do ano (sazonalidade)”, lê-se na nota de research.

Diz o Caixa BI que as receitas da hotelaria deverão chegar a 3,5 milhões de euros no 4º trimestre (+ 10% face ao ano de 2016 e 57% no trimestre), afetadas pela tradicional sazonalidade do quarto trimestre,  e deverão somar 19,8 milhões de euros no exercício de 2017 (+ 16,4% num ano). O EBITDA neste segmento é estimado como sendo ligeiramente negativo no ano 2017 (-0,9 milhões de euros), mas melhorou em relação ao período anterior (-2,3 milhões de euros), enquanto o boom do turismo em Portugal continua a aumentar.

Por seu turno as receitas da área do Fitness deverão situar-se em 6,1 milhões de euros no 4º trimestre (+ 24% em base anual e + 4,6% na comparação trimestral) e 23,4 milhões de euros no total do ano 2017 (+ 29,2% na variação anual). O EBITDA no ano fiscal de 2017 deverá, segundo o Caixa BI, atingir 1,8 milhões de euros (-14% em termos de comparação com o ano anterior) afectado pela abertura de novos ginásios.

Já no que toca às receitas do setor da energia, estas devem ascender a 12,4 milhões de euros no trimestre (+ 47% na comparação anual e – 5% trimestre contra trimestre) e 46,8 milhões de euros no total do ano (+ 22,3% do que no ano anterior), beneficiando das operações adquiridas durante o ano. O EBITDA desta área da energia em 2017 deverá ter chegado a 14,7 milhões de euros (+ 89,2% anuais).

O Caixa BI fala ainda das receitas da área HVAC (climatização), o que inclui o negócio dos ares condicionados, que deverão melhorar no 4º trimestre de 2017 (+ 2,2%), embora sejam -18,2% em relação ao ano anterior. “Para o ano  2017, esperamos que as receitas atinjam 54,6 milhões de euros (-20,1% na comparação anual) e o EBITDA seja de -0,4 milhões de euros, isto num segmento que continua a ser reestruturado. No próximo ano, esperamos que este segmento atinja o ponto de equilíbrio em termos de EBITDA”, diz o banco.

A área da Engenharia Industrial deve continuar a apresentar uma contribuição marginal para os resultados de 2017 da empres , com receitas e EBITDA de 3,0 milhões de euros e -0,3 milhões, respectivamente.

O EBITDA consolidado da Sonae Capital deverá atingir os 1,2 milhões de euros no trimestre e 19,1 milhões de euros no ano fiscal de 2017 (-37%), prejudicado pela comparação com 2016, que registou vendas pontuais (concessões rodoviárias) e venda de unidades do resort em Tróia. “Portanto, esperamos que a margem de EBITDA consolidada diminua de 15,6% em 2016 para 10,4% em  2017”, conclui o analista.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de ‘research’ emitida pela casa de investimento.

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