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Pedro Kol: O português que arrasa nos ringues

Chamam-lhe “Kolmachine” ou “Esparguete Assassino”. Certo é que Pedro Kol, licenciado em Ciências do Mar, tem arrasado nos ringues. Este domingo, o ‘kickboxer’ defronta o campeão europeu em título, Alessandro Moretti, numa reedição do combate de 2017.
29 Abril 2018, 14h00

Pedro Kol e a namorada estavam a sair de um restaurante perto da Sé, em Lisboa, quando foram rodeados por um grupo de três homens com garrafas partidas na mão. “Nem disseram nada, tentaram logo atacar-nos”, lembra o atleta. A história aconteceu há algum tempo. Pedro pediu à namorada para fugir e decidiu enfrentar os agressores. “Através de pontapés eles iam ficando afastados de mim, mas ainda me conseguiram espetar uma garrafa nas costas. Depois acabaram por desistir e foram embora. Viram que não ia ser fácil”, recorda, entre risos.

Desde pequeno que Pedro Kol era apaixonado por tudo o que envolvia artes marciais, fã de Bruce Lee (até tinha um póster no quarto) e Van Damme rapidamente convenceu os pais a inscreverem-no no Taekwondo. Já com 16 anos sentia necessidade de algo mais tendo começado a praticar Kickboxing. Mais do que um gosto era um vício e passados alguns anos de treino começou a construir a sua carreira, título nacional atrás de título nacional e mais tarde sagrando-se Campeão Europeu pelo Sporting ganhando a alcunha de “Kolmachine”. “Foi como os amigos ou os comentadores desportivos me começaram a chamar. Já “Esparguete Assassino” foi uma alcunha do meu primo, porque eu era alto e magrinho”, afirma.

Em 2014, licenciado em Ciências do Mar, tira uma pós-graduação em Gestão e começa a montar o negócio, com a ajuda de alguns amigos, para abertura da sua Academia. No mesmo ano e em apenas um mês consegue reunir todo o investimento necessário para avançar com a realização de um dos seus grandes sonhos. Em Abril de 2015, depois de largar o seu emprego em Engenharia Ambiental, abre a Academia “Kolmachine”. “Neste momento tenho 400 atletas e uma faturação de 250 mil euros por ano. Sinto que agora estou a tirar proveito de todo o sacrifício que fiz”.

O atleta, de 35 anos, vai agora disputar o título de Campeão Europeu de Kickboxing de Profissionais (K1), na categoria de -62 kg, frente ao italiano Alessandro Moretti, o atual campeão europeu em título da modalidade numa reedição do combate de 2017. “É preciso paixão, gosto e persistência. Eu demorei 13 anos a treinar sete dias por semana para ser campeão da Europa. Grandes feitos demoram muito tempo”, sublinha o atleta.

Apelidado de “combate do ano”, a disputa pelo título de Campeão Europeu de Kickboxing teve lugar a 18 de fevereiro, na arena do Campo Pequeno, em Lisboa. Antes deste combate principal, ganho pelo campeão português, o evento teve seis combates: 1 ‘superfight’ feminino e ‘superfights’ nacionais.

Hoje em dia, já começa a ser possível aos lutadores nacionais fazerem algum dinheiro em eventos internacionais. Por exemplo, um título de campeão europeu nesta modalidade está tabelado em 2500 euros, mas pode ser renegociado com os organizadores da prova ou patrocinadores. Recorde-se que em abril do ano passado, Kol não conseguiu manter o título europeu de Kickboxing (K1) precisamente contra o então campeão nacional italiano, Alessandro Moretti. O combate decorreu em Roma e terminou prematuramente, por lesão do atleta português, que motivou decisão de K.O. técnico por parte do júri.

“Em Roma perdi o meu título de campeão da Europa numa decisão polémica mas tenho a sorte de ter uma segunda oportunidade. Sei que sou melhor que Moretti e vou prová-lo. A jogar em casa e com o apoio dos portugueses estarei ainda mais forte”, disse. O anúncio do combate tem como lema uma das expressões favoritas do lutador português: “Never Give Up” (nunca desistir). É por todas estas razões que Pedro Kol espera sair do ringue com a faixa de campeão.

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