[weglot_switcher]

CGD paga indemnização a ex-administradores de António Domingues de 1,7 milhões

Tiago Ravara Marques recebeu 746,4 mil euros enquanto Pedro Leitão recebeu 950,8 mil euros. As diferenças de valor de indemnização entre os dois (apesar de ganharem anualmente o mesmo enquanto administradores) poderão ser explicadas pelo facto de Tiago Ravara Marques ter continuado no banco pois é responsável pela Caixagest.
Jose Manuel Ribeiro/Reuters
1 Maio 2018, 21h18

“As indemnizações pagas por rescisão somam  1.698 mil euros (1,7 milhões de euros)”, lê-se nos anexos ao Relatório e Contas da Caixa Geral de Depósitos (CGD), publicado no site da CMVM.

Tiago Ravara Marques e Pedro Leitão, os dois administradores que foram convidados para a CGD pelo fugaz presidente António Domingues, e que acabaram por não integrar a equipe de Paulo Macedo, foram indemnizados, tal como se previa, com o montante das remunerações até ao fim do mandato para que foram eleitos. Mas no caso de Tiago Ravara Marques recebeu 746,4 mil euros enquanto Pedro Leitão recebeu 950,8 mil euros. As diferenças de valor de indemnização entre os dois (apesar de ganharem anualmente o mesmo enquanto administradores) poderão ser explicadas pelo facto de Tiago Ravara Marques ter continuado no banco pois é responsável pela Caixagest. Será portanto o valor acordado no âmbito de uma negociação.

Nos anexos ao relatório é referido que Tiago Ravara Marques que foi administrador em 2017 até 20 de janeiro recebia como remuneração fixa anual 27.166,67 euros (valor bruto) e Pedro Leitão, também da administração de António Domingues, que ficou no board até 31 de janeiro, recebia igualmente 27.166,67 euros anuais, bruto.

“Em 2017 foram registadas indemnizações por cessação antecipada de mandato, devido ao facto de a destituição dos administradores não se fundar em justa causa, nos termos do artigo 403º, nº 5 do Código das Sociedades Comerciais, nos montantes de 746.416,83 euros, referente a Tiago Ravara Belo Oliveira Marques e de 950.833,27 euros referente a Pedro Humberto Monteiro Durão Leitão”, lê-se no relatório e contas.

O total que o banco do Estado pagou em salários pelos administradores que vieram com António Domingues em 2017  – Tiago Ravara Marques, Pedro Leitão, e João Tudela Martins (Rui Vilar também mas como não executivo não tem remuneração fixa) –, até 31 de janeiro, somou 81.536.82 euros (81,5 mil euros).

Depois o segundo mandato de 2017 começa em fevereiro, e numa lista de 15 administradores, que inclui Rui Vilar que não recebe remuneração fixa, o total pago em 2017 em salários foi de 2.427.338,91 (2,4 milhões de euros), sendo no entanto de salientar que nem todos os administradores desta lista chegaram ao mesmo tempo. Uns chegaram em março (como Maria João Carioca, Ana Maria Fernandes e Maria dos Anjos Capote, sendo que esta última renunciou passado uns meses), outros em agosto (como Carlos Albuquerque e Alberto Souto Miranda) e há Hans Helmut Kotz que chegou só em outubro. Depois há um administrador João Amaral Tomaz, ex-Banco de Portugal, que não recebe vencimento por opção.

Paulo Macedo recebe 387,7 mil euros brutos por ano. Todos os outros executivos recebem por ano 298,796 mil euros.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.