Somos sempre nós, as pessoas, que provocamos e produzimos a mudança. E a mudança instala-se, de forma determinada, no quotidiano presente e tem a invariável capacidade de traçar o futuro e de, inevitavelmente, nos levar ao seu encalce. Embora com assombros de inquietude pela incerteza que também carrega, a mudança oferece-nos uma dinâmica de esperança, para os – vou usar um neologismo – “otimirealistas”, ou seja, para todos os otimistas e realistas, como eu.

Um dos fenómenos extraordinários é que a mudança está sempre a mudar. O desenvolvimento contínuo de variações e transformações não tem fim. Em alguns ciclos este fenómeno é mais lento e, noutros, super acelerado. Em alguns ciclos a mudança é dinamizada por circunstâncias positivas e boas, enquanto noutros, a mudança traz-nos dor e sofrimento. Exatamente como este ciclo que estamos a viver agora: duro, impetuoso, firme, incerto e, claro, acelerado.

As novas gerações também fazem com que a mudança seja uma constante da nossa vida. Tratam-na de forma excecional, operacionalizando-a e materializando-a de forma natural e notória. A permanente mudança é o nosso caminho, mas às vezes não damos por isso. E para as empresas, qual é o caminho para acompanhar, provocar, produzir e responder à mudança?

Não será apenas um caminho, mas vários. Um deles sobressai, no entanto, como base de resposta à mudança constante: o propósito. É através do propósito que conseguimos responder a todas as frentes da mudança. E, hoje em dia, este propósito só pode estar alinhado com a sustentabilidade, com o prosperar transversal e integrado da economia, da sociedade e do ambiente.

Senão, vejamos. Frequentemente, as empresas têm a necessidade de rever e adaptar os seus modelos de negócio para poderem continuar a cumprir os seus objetivos e a obter resultados positivos, garantindo assim a sua existência ao longo dos anos. Estes momentos de mudança são, por excelência, oportunidades para reafirmar o propósito organizacional.

Às empresas, enquanto espaços diversos que integram quatro gerações – Baby Boomers, Geração X, Millennials e Geração Z – continua a caber o estimulante papel de fazer a adequada leitura do que se passa à sua volta, interpretando os sinais e fatores chave e agir. Esta reflexão e ação – expectável por parte do mundo empresarial – está estreitamente ligada à mudança e, consequentemente, à contínua atualização de conhecimento dos seus colaboradores, mantendo o talento em níveis elevados.

Para além do público interno, também o externo é uma prioridade. As empresas com propósito criam e apoiam causas sociais para estarem lado a lado com os mais vulneráveis e, assim, contribuírem para o fortalecimento das diferentes comunidades. Fazem-no de forma voluntária, com a entrega, na maioria das vezes, do tempo, saber e compromisso, ou numa palavra, com a entrega do ‘coração’ dos seus colaboradores.

Outra dimensão ao alcance do mundo empresarial é o contributo para a melhoria do ambiente e do planeta. Desenvolver meios de produção, produtos e serviços sustentáveis e apoiar causas ambientais é essencial para a composição do fundamento do propósito que queremos todos ver, participar e viver nas empresas.

Questionamos, ainda assim, que o propósito tem de ser sustentável? Sem dúvida que sim! A mudança corre sem parar e o propósito empresarial tem que ser impulsionado por nós, para que, com o nosso contributo, a dinâmica da mudança caminhe para um mundo melhor e sustentável para as gerações vindouras. O bem-estar e felicidade das pessoas que se cruzam com a nossa empresa e com a nossa marca tem, cada vez mais, uma forte dependência do propósito que traçamos.