1. Num tempo de incêndios gigantescos e ainda com a imagem de Pedrógão bem presente, questionamos quem decide porque acontecem todas estas tragédias um pouco por todo país.
A culpa é das temperaturas elevadas e da ausência de humidade mas, a verdade é que há mais alguma coisa que não funciona. E não se pense que é falta de meios, falta de limpeza das áreas florestais ou falta de cortes nas bermas das estradas, porque isso tem vindo a ser feito nos últimos cinco anos.
E não se pense que tudo acontece porque há alterações climáticas repentinas, também não, sendo que as alterações climáticas é um tema de primeira ordem mas as elevadas temperaturas sempre existiram neste período.
Disto isto, podemos atribuir a desgraça à política, à incapacidade de gerir o espaço territorial de floresta, à facilidade com que se persegue quem planta eucaliptos, pinhal ou outro tipo de arvoredo com grande capacidade de combustão.
Afinal, tudo se resume à falta de política de gestão porque se for devidamente gerida, a floresta é útil para a comunidade, e uma política de gestão não irá impedir os incêndios, porque eles sempre existiram, mas permitirá controlar os danos.
O único caminho de sucesso neste combate é a intervenção nos povoamentos florestais. E, não nos esqueçamos que estamos a ser financiados pelas centenas de milhões de euros de fundos afetos ao Plano de Recuperação e Resiliência.
Ora, aquilo que vemos é que para a floresta foi dedicado algo irrisório, sabendo nós que conhecimento científico e prático não falta, e que os proprietários estão disponíveis para cooperar.
É escusada a acusação para os eucaliptos, assim como a produção de normativos em que tudo fica na mesma.
2. A preocupação com o aumento das rendas mantém-se. Enquanto os proprietários querem seguir a regra de sempre e aumentos de acordo com a inflação, leia-se subidas acima dos 5% em agosto; do outro lado, pretendem restrições para aumentos até aos 2%.
No meio estará a virtude e, nesse ponto, o Governo está a agir bem pois assim deixará funcionar o mercado, prontificando-se para ajudar os mais necessitados. O problema burocrático de pedir ajuda mantém-se, uma vez que muitos não sabem como atuar mas, para isso, existem as juntas de freguesia que têm a obrigação de dar apoio a quem é infoexcluído em matérias administrativas.
3. O ranking das escolas atira a melhor das infraestruturas públicas para lá do 30º lugar. Não é honroso mas significa que ser pobre torna os estudos mais difíceis e não quer dizer que exista menos inteligência. Grandes alunos nasceram e fizeram os estudos em escolas públicas.
O tema é outro e precisa de ser resolvido: como é que as mentes brilhantes que existem no ensino público conseguem subir de nível e ser avaliadas por cima e não por baixo? Como é que os melhores alunos das escolas públicas poderão aceder a professores e estabelecimentos mais exigentes para, no futuro, usufruírem das grandes oportunidades da vida?
A inclusão social também se faz por aqui, porque a má preparação escolar é o primeiro passo para a perda das melhores oportunidades E diga-se o que se disser, a conclusão é que o Estado social serve para isso mesmo.