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Prémio Pessoa 2022 distingue o portuense João Luís Barreto Guimarães

João Luís Barreto Guimarães é o vencedor do Prémio Pessoa 2022. Médico cirurgião, poeta e tradutor, foi enaltecido pelo facto de a sua obra ser “testemunha de um tempo, o de agora, e de um tempo antigo, clássico, universal, reconhecido, e reconhecível pela inteligência e pela emoção”.
15 Dezembro 2022, 12h48

João Luís Barreto Guimarães é o galardoado com o Prémio Pessoa 2022, uma iniciativa do “Expresso” com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos. No valor de 60 mil euros, o Prémio Pessoa visa reconhecer a atividade de pessoas portuguesas com papel significativo na vida cultural e científica do país.

Esta é a 36.ª edição do Prémio Pessoa e na ata do Júri, lê-se: “O Júri do Prémio Pessoa 2022, constituído por Francisco Pinto Balsemão (Presidente), Paulo Macedo (Vice-Presidente), Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques, decidiu atribuir o Prémio Pessoa 2022 a João Luís Barreto Guimarães”. O vencedor sucede a Tiago Pitta e Cunha, e o anúncio foi feito esta quinta-feira, no Palácio de Seteais, em Sintra.

O júri justifica assim a sua escolha: “João Luís Barreto Guimarães, médico e cirurgião é uma voz inconfundível nos jornais e na poesia portuguesa contemporânea desde 1989, quando publicou o primeiro livro aos 22 anos. Com uma obra vasta, que se inscreve simultaneamente na tradição lírica portuguesa, tanto na sua nota histórica como intimista, e numa modernidade europeia e anglo-saxónica, João Luís Barreto Guimarães tem dezenas de livros publicados em Portugal e traduzidos no estrangeiro, na Europa e na Ásia, na América do Sul e do Norte, nos EUA, onde foi galardoado com o Willow Run Poetry Book Award, em Filadélfia. Em Portugal, o livro “Movimento” ganhou, em 2022, o Grande Prémio da Literatura. Está representado em variadas antologias e revistas literárias do mundo, com relevo para as de língua inglesa”.

“Barreto Guimarães alia à virtude da palavra e da imaginação uma reflexão por vezes irónica, por vezes realista, sempre duramente trabalhada, sem prejuízo do efeito estético na construção do poema. Homem culto, participante ativo da Cultura europeia, cosmopolita, a sua sensibilidade poética transita da literatura para as outras artes com uma fluidez que não recusa a tinta sentimental ou a demonstração consciente da inconsciência da condição humana. João Luís Barreto Guimarães escreve sobre nós, Portugueses, escreve sobre tudo o que vê, o que observa, o que sente, o que pensa, e escreve sobre o Outro com uma atenção permanente. Criou assim uma metafísica da realidade, transparente na aparente leveza, exata na concreta execução. Esta obra é testemunha de um tempo, o de agora, e de um tempo antigo, clássico, universal, reconhecido, e reconhecível pela inteligência e pela emoção”.

Além de poeta e tradutor, João Luís Barreto Guimarães, que nasceu no Porto em junho de 1967, é médico e publicou o primeiro livro de poemas, “Há Violinos na Tribo”, em 1989. Depois desse, seguiram-se “Rua Trinta e Um de Fevereiro” (1991), “Este Lado para Cima” (1994), “Lugares Comuns” (2000),”3″ (poesia 1987-1994), em 2001, “Rés-do-Chão” (2003), “Luz Última” (2006) e “A Parte pelo Todo” (2009).

Em 2001, foi lançada uma coletânea dos seus poemas em “Poesia Reunida”, a que se seguiu “Você está Aqui” (2013), traduzido em Itália; “Mediterrâneo” (2016) distinguido com o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa e publicado em Espanha, Itália, França, Polónia e Egipto; “Nómada” (2018) distinguido com o Prémio Livro de Poesia do Ano Bertrand e com o Prémio Literário Armando da Silva Carvalho, publicado também em Itália; a antologia “O Tempo Avança por Sílabas” (2019), editada também na Croácia, Macedónia e Brasil; e “Movimento” (2020).

Finalista do Premio Internazionale Camaiori, em Itália, com “Mediterraneo”, em 2019, e “Nomade”, em 2020, recebeu o Willow Run Poetry Book Award 2020, nos EUA, com a obra “Mediterranean”.

Está representado em antologias e revistas literárias de Portugal, Espanha (castelhano e catalão), França, Bélgica, Holanda, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Itália, Hungria, Bulgária, Roménia, Eslovénia, Sérvia, Croácia, Montenegro, Macedónia, México, Uruguai, Chile, República Dominicana, Estados Unidos, Canadá e Brasil. Leu a sua poesia no México, Estados Unidos, Espanha, Alemanha e Croácia. Recebeu o Prémio Criatividade Nações Unidas em 1992.

A lista dos antigos galardoados é composta pelos seguintes nomes:

1987 – José Mattoso

1988 – António Ramos Rosa

1989 – Maria João Pires

1990 – Menez

1991 – Cláudio Torres

1992 – António e Hanna Damásio

1993 – Fernando Gil

1994 – Herberto Helder

1995 – Vasco Graça Moura

1996 – João Lobo Antunes

1997 – José Cardoso Pires

1998 – Eduardo Souto Moura

1999 – Manuel Alegre e José Manuel Rodrigues

2000 – Emanuel Nunes

2001 – João Bénard da Costa

2002 – Manuel Sobrinho Simões

2003 – José Joaquim Gomes Canotilho

2004 – Mário Cláudio

2005 – Luís Miguel Cintra

2006 – António Câmara

2007 – Irene Flunser Pimentel

2008 – João Luís Carrilho da Graça

2009 – D. Manuel Clemente

2010 – Maria do Carmo Fonseca

2011 – Eduardo Lourenço

2012 – Richard Zenith

2013 – Maria Manuel Mota

2014 – Henrique Leitão

2015 – Rui Chafes

2016 – Frederico Lourenço

2017 – Manuel Aires Mateus

2018 – Miguel Bastos Araújo

2019 – Tiago Rodrigues

2020 – Elvira Fortunato

2021 – Tiago Pitta e Cunha

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