Paulo Macedo, CEO da Caixa Geral de Depósitos, disse esta terça-feira que o banco fechou menos balcões do que aquilo que estava acordado com a Direção-Geral da Concorrência europeia (DG Comp) no âmbito do plano de recapitalização de 2017 e que a CGD é o banco português, a seguir ao Grupo Crédito Agrícola, com mais balcões no país.
Em causa está o encerramento de 23 balcões anunciado no verão do ano passado e que originou a audição da Comissão Executiva da CGD, no âmbito do requerimento do Grupo Parlamentar do PS, que está a decorrer na Comissão de Orçamento e Finanças.
Paulo Macedo explicou que os clientes dos balcões encerrados mantiveram ou reforçaram a relação com a CGD. Por outro lado, o CEO disse que o banco conseguiu ver crescer o volume de negócios acima dos outros bancos.
“Há hoje, com menos agências, mais transações bancárias dos clientes do que havia antes, por causa do digital”, referiu.
O banqueiro explicou que a pedido do Governo a CGD está em todos os concelhos do país exceto em dois nas ilhas. “Não abandonámos o interior”, disse o presidente da Caixa.
“Não seguimos o critério da rentabilidade no encerramento dos balcões”, garantiu o CEO do banco público que lembrou também que liderava a quota de mercado dos serviços mínimos bancários com 40%.
A administração da CGD revelou ainda que o banco vai poupar 10 milhões de euros por ano com o encerramento dos 23 balcões.
O presidente da Caixa não coloca de parte encerrar mais balcões do banco. “A Caixa não tem previstos encerramentos mas estará atenta ao mercado”, afirmou Paulo Macedo que acrescentou que que a CGD “não ficará a perder competitividade enquanto outros melhoram a rentabilidade e acumulam reservas para poder fazer operações como a compra de bancos por um euro”, referindo-se à compra do Banif pelo Santander em 2015.
O acionista Estado não dá orientações ao encerramento dos balcões porque essa matéria pertence à gestão do banco, explicou.
Recorde-se que a comissão de trabalhadores (CT) da CGD pronunciou-se sobre o encerramento dos 23 balcões dizendo que a decisão de encerrar mais agências é “desprovida de sentido para a sustentabilidade” do banco, “pondo em causa a missão de garantir o serviço público”. De acordo com a CT, o encerramento de mais 23 agências, o que ocorreu no final do mês de agosto de 2022, foi aprovado no dia 6 de julho de 2022 pela comissão executiva da CGD.
Questionado sobre as comissões bancárias, Paulo Macedo disse que “a Caixa tem as comissões mais baixas do mercado, segundo o comparador do Banco de Portugal, e é o único banco que não vai subir comissões em 2023, o que, com a inflação, se traduz numa perda de 10% [de receita]”.
Por outro lado, disse que “nunca houve despedimentos na Caixa quem tem um regime único de pré-reformas aos 55 anos e reforma aos 60 anos”, disse o CEO da CGD. “Não fez despedimentos coletivos, nem fez ou fará lay-offs”, frisou.
A CGD não pode voltar a ter prejuízos, porque a Comissão Europeia não permite, alertou o CEO.
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