São 3.400 quilómetros quadrados no mar português para instalar 11 gigawatts de energia eólica marítima (offshore) divididos por oito áreas. Esta é a proposta do Governo que entrou hoje em consulta pública durante 30 dias úteis.
Destas oito áreas, seis destinam-se a instalar tecnologia fixa: as bases dos aerogeradores são fixados ao fim do mar, em zonas onde a profundidade máxima atinge os 50 metros: Matosinhos (181 km2 para instalar 995 megawatts) e a área de jurisdição portuária do porto de Sines (10 km2 para instalar 53 megawatts). Estas duas áreas contam com um total de 191 km2 para instalar mais de mil megawatts.
Seguem-se as seis áreas para instalar centrais flutuantes em locais onde as profundidas variam entre os 75 metros e os 200 metros) que vão de Viana do Castelo até Sines num total de 3.200 km2, numa potência de 10 gigawatts. A saber: Viana do Castelo (663 km2 para dois gigawatts), Leixões (463 km2 para 1,5 gigas), Figueira da Foz (1.238 para 4 gigas), Ericeira (256 km2) e Sintra/Cascais (84 km2) para 1 gigawatt, e Sines (499 km2 para 1,5 gigas).
E qual a distância mínima que estas áreas ficam de terra? Viana do Castelo (18,9 kms), Leixões (37,5 kms), Figueira da Foz (35 kms), Ericeira (10,5 kms), Sintra/Cascais (10,6 kms), Sines área norte (16,5), Sines área sul (15,5 kms), Matosinhos (3,5 kms), Sines (área de jurisdição portuária (1,8 kms).
“A seleção das áreas propostas procurou-se reduzir ao mínimo a interferência com os usos comuns do espaço marítimo, nomeadamente a pesca local e a navegação das embarcações de recreio”, pode-se ler no documento. Neste enquadramento, excetuando a área de Matosinhos (a 1,86 mn) e a área sob jurisdição portuária do Porto de Sines, todas as restantes situam-se a uma distância da linha de costa entre 5,65 milhas náuticas (mn) e as 30,03 mn”.
“O maior afastamento das áreas espacializadas à linha de costa tem impacto relevante no modelo da rede elétrica a desenvolver, quer offshore, quer onshore, nomeadamente em virtude dos elevados montantes de potência em cada uma das áreas espacializadas e da distância destas à infraestrutura da rede nacional de transporte (RNT) existente em terra, não sendo possível determinar, nesta fase, entre outros aspetos, a topologia das infraestruturas da RNT a estabelecer no espaço marítimo nacional (EMN), a sua tecnologia e se as mesmas serão operadas em corrente alternada ou em corrente contínua”.
O primeiro-ministro disse recentemente que o leilão deverá ser lançado até setembro.
Uma empresa alemã submeteu em outubro um pedido junto das autoridades portuguesas para construir uma central eólica marítima (offshore), mas fora deste leilão. O projeto fica localizado ao largo de Viana do Castelo e não vai contar com tarifas bonificadas. O projeto prevê um investimento de 2,5 mil milhões de euros. A companhia pretende iniciar a construção em 2025 para o projeto arrancar em 2028.
A BayWa Re “candidatou-se oficialmente para garantir os direitos de utilização exclusiva do espaço marítimo, de forma a desenvolver um parque eólico flutuante com 30 turbinas e até 600 MW no total, numa zona especificamente designada para o efeito ao largo de Viana do Castelo”. Atualmente, continua à espera de decisão por parte das autoridades.
Alemães com projeto para construir central offshore com 600 megawatts em Viana do Castelo (com áudio)
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