Lisboa é a 93.ª cidade mais cara do mundo para um expatriado viver, segundo um estudo da consultora Mercer. A capital portuguesa pulou 44 posições num ano e entrou no Top 100 de um ranking de 209 cidades, liderado por Hong Kong, Tóquio, Zurique, Singapura e Seul.
Luanda, capital de Angola e anterior número 1, é agora a sexta classificada. Do Top 10 constam ainda Xangai, Pequim, N’Djamena e Berna. Londres está na 19ª e Dublin, Paris e Milão são as cidades mais caras da zona euro, nas 31ª, 32ª e 33ª posições, respectivamente.
A conclusão imediata é a de que é caro viver nas capitais dos países ricos da Ásia, nalguns pontos da África subsaariana e entre os picos gelados da Suíça.
A segunda constatação é que Lisboa é uma das cidades onde o custo de vida mais subiu, embora se mantenha sensivelmente a meio da tabela geral. A subida, como explica o estudo, foi devida aos preços na restauração, no imobiliário e nos combustíveis.
Com excepção destes últimos, que aumentam devido à recuperação do petróleo e à carga fiscal que incide sobre eles, a habitação e a restauração mais caras são o preço a pagar pelo sucesso do país. Com mais procura e turistas e investidores endinheirados, os preços sobem. Como subiram noutras cidades europeias vítimas do sucesso, de que Barcelona, Madrid, Roma e até Paris são apenas alguns exemplos.
Para os turistas ricos, que vêm sobretudo da Europa, os preços de Lisboa estão mais altos, mas continuam moderados, tendo em conta a diferença dos salários e do rendimento das famílias. Basta passar a fronteira para chegarmos a um país – Espanha –, onde os salários médios são de uma vez e meia a quatro vezes superiores aos de Lisboa, dependendo das províncias.
Para os residentes expatriados, o aumento do custo de vida é de facto um problema, embora o alojamento seja muitas vezes partilhado e a fatura pesada dos restaurantes evitada com mais almoços e jantares em casa própria ou de amigos.
Justificações à parte, Lisboa está agora menos atractiva para quem a quer visitar e para quem cá quer trabalhar. É o preço do sucesso, explicado pela Lei da Procura e da Oferta. Quando os preços sobem…
Não há bela sem senão. Preparem-se para o rebentar da bolha do alojamento local.
O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.