A rápida digitalização da sociedade e da economia, a crescente hibridização do trabalho e o contexto mundial de grande incerteza política e económica, que surge na sequência de uma pandemia são fatores que impactam a atividade das empresas em 2023, trazendo importantes desafios e novas soluções que importa conhecer para assegurar que as mensagens chave da organização são eficazmente transmitidas a todos os seus colaboradores, sem exceção.
Com equipas cada vez mais dispersas e multidisciplinares, e modelos de trabalho mais flexíveis, dos quais o fenómeno dos gig workers é o exemplo mais paradigmático, comunicar com toda a comunidade empresarial e assegurar que cada colaborador se encontra devidamente integrado, apoiado e alinhado com o propósito, os objetivos e as mensagens de uma organização nunca foi tão desafiante.
A utilização de uma única abordagem para todas as pessoas já não é suficiente numa altura em que não podemos falar apenas de uma audiência interna, mas sim de múltiplas audiências segmentadas.
Além das alterações aos modelos de trabalho, com a ascensão do trabalho remoto, assiste-se também a uma mudança ao nível do que as pessoas mais valorizam numa empresa e num posto de trabalho. Atualmente, fatores como o bem-estar físico e psicológico, o equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal, as oportunidades de formação e progressão profissional ou os valores de uma organização são aspetos cada vez mais priorizados, e elementos fundamentais a considerar nas estratégias de Employer Branding.
Estas transformações não impactam somente a forma como as empresas operam, mas também a forma como se comunicam. Assim, assistimos a um momento em que a Comunicação Interna, para ser eficaz, precisa de colocar as pessoas no seu centro, melhorando a experiência do colaborador nas suas interações com a empresa de forma continuada e integrada, e respondendo às suas reais necessidades, de forma próxima, ágil e eficiente.
Também já não podemos falar apenas de engagement dos colaboradores, mas do seu alinhamento com a organização e com a sua cultura. Nesse sentido, as ferramentas e canais de Comunicação Interna assumem-se como um elemento fundamental de reforço e transmissão da cultura da organização, o que permite criar uma frente de trabalho sólida e unida, movida por valores comuns, ainda que geograficamente dispersa.
No que refere aos conteúdos, estes devem ser apelativos, segmentados e relevantes, adequados a audiências sectoriais, através de um modelo de comunicação descentralizado e focado no recetor. Também a formação poderá seguir uma tendência on-demand, com a possibilidade de, por exemplo, cada colaborador aceder a conteúdos formativos de acordo com as suas necessidades.
O reforço da cultura da empresa passa não só pelo conteúdo, mas também pela forma. Neste momento é exigido às empresas a adoção de um discurso mais informal, alicerçado em conteúdos digitais e potencialmente mais visuais, como o vídeo, que permitam criar uma maior proximidade dos colaboradores aos órgãos de Gestão, assim como a promoção de um modelo bidirecional, e cada vez mais mobile first, que dê voz aos colaboradores e os torne forças ativas dentro da empresa.
Na era dos big data, os dados assumem-se fundamentais para a otimização das ações a implementar e na medição da eficácia da estratégia, que deve sempre ser definida numa ótica de longo prazo, de forma fundamentada e sustentada.
Numa altura em que a incerteza é uma realidade e as relações humanas estão no centro, a Comunicação Interna assume, talvez mais do que nunca, a responsabilidade de integrar, unir e apoiar todos e cada um, onde quer que estejam, para que, apesar de todas as mudanças, a constante da união e do esforço comum continuem a estreitar laços e a reduzir distâncias, num movimento virtuoso de evolução e crescimento coletivo onde o todo se assume como muito mais do que a soma das partes.