A União Europeia tem muito trabalho pela frente, que irá exigir mais compromissos e uma maior integração, muito além do propósito fiscal e económico do propósito fundador.
A China domina a transformação in loco de matérias-primas orientadas para o sector automóvel em países como a Indonésia, República Democrática do Congo, através de empresas de capital misto, a que o Ocidente não foi muito sensível em investir.
O que querem os cidadãos da UE? Uma Europa de valores democráticos e direitos humanos, capaz de disseminar esses valores de forma equivalente por todas as geografias? Ou uma Europa fortificada e, por consequência, com riscos de isolamento?
Ignorar o valor da vida humana em favor de objetivos geopolíticos de curto prazo é uma resposta simplista, que subestima a intricada teia de fatores que moldam a segurança contemporânea.
No limite, a tendência tecnocrática convive bem com um certo elitismo e paternalismo. E não se podendo confundi-la com a ameaça da autocracia, na verdade existe em ambas alguma alergia pela conceção democrática da política.
A democracia é um corpo vivo que não pode correr o risco de se tornar percebido como um sistema obsoleto e incapaz de lidar com os desafios do presente. Nos 50 anos do 25 de Abril, urge criar um novo pacto que permita unir os portugueses em torno de uma agenda para o país.
A classe intelectual portuguesa debatia-se com esta questão de se ter tornado num país secundário na Ordem Internacional, apesar de toda uma história de descoberta que tinha feito de Portugal um dos países mais avançados e com mais conhecimento acumulado.
Elitismo na política e machismo na justiça representam duas inércias profundas que passam de regime em regime, fenómenos que têm sobrevivido a todos os movimentos transformadores.