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10% das empresas tem intenção de despedir até ao final do ano, revela estudo da Adecco

Em contrapartida, 62% das inquiridas tem intenções de contratar. O inquérito abrangeu uma centena de empresas sobretudo da indústria e do retalho, que figuram entre os sectores mais poupados pela pandemia.
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5 Julho 2021, 16h21

A Adecco Portugal inquiriu 100 empresas nacionais de vários setores de atividade, com predominância para o retalho e a indústria, sectores que sofreram menos com a pandemia, e concluiu que apenas 10% tem intenção de despedir até ao final do ano.

“Não obstante mais de metade das empresas ter tido um impacto negativo ou parcialmente negativo (59%) em virtude da pandemia, “os apoios ao emprego libertados pela Governo durante o primeiro trimestre de 2021 permitiram à esmagadora maioria das empresas inquiridas (80%), não ter intenções de despedir colaboradores”, justifica.

Das empresas que não têm intenção de dispensar colaboradores, a maioria (61%) até considera a hipótese de ter que admitir precisamente na mesma área em que algumas empresas vão despedir (área fabril 47%, Administrativa 28% e logística 19%).

Na primeira linha das empresas que pretendem contratar, as maiores dificuldades residem na falta de colaboradores mais especializados (61%) por um lado, e com skills mais polivalentes, por outro lado. “Este último dado em particular é suportado por 50% dos empregadores que indicam terem tido que realocar recursos durante o período de confinamento”, concretiza a Adecco.

A emergência de perfis flexíveis confirma-se como uma necessidade perante um evento extraordinário como a pandemia da Covid-19, que obrigou as empresas a reformularem estratégias para responderem à procura do mercado dentro dos seus setores de atividade.

Segundo a sondagem, apenas 5% das empresas considera que a economia vai melhorar muito até final de 2021, e  31% crê que os impactos negativos vão agudizar-se. A maioria das inquiridas (54%), porém acredita que o contexto económico vai melhorar um pouco até ao final do ano. Convém, no entanto, não perder de vista que a maioria das respostas à sondagem veio do retalho e da indústria, menos afetados pela pandemia do que os setores ligados ao turismo, como a hotelaria e a restauração.

As expetativas das empresas chegarem a uma situação económica idêntica ao período de antes da Covid-19 vai demorar um a dois anos para 43% das empresas inquiridas e mais de dois anos para 5% da amostra inquirida.

Na rentabilidade, a sondagem da Adecco mostra que o impacto é claramente negativo, pois se algumas empresas viram nesta crise uma oportunidade, cerca de 23% dos inquiridos, a maior parte, que pesam 45%, tiveram um incremento de custos por alterações de processos, manutenção de postos de trabalho ou por impacto dos custos da matéria-prima.

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