Foi já há 15 anos que Henry Chesbrough lançou o primeiro best-seller sobre open innovation, dando cunho ao conceito que definiu como o esforço de abertura do funil de inovação de uma organização de forma a melhorar os seus rácios de eficiência e eficácia, e assim obter um maior retorno nos seus esforços de inovação. Esta é uma prática que, atendendo à sua aplicabilidade na nossa realidade empresarial, está longe de ter atingido o seu potencial.

Considerando a crescente concorrência global, maior complexidade no desenvolvimento de produtos, convergência entre distintos setores e redução dos ciclos de vida de produtos, as empresas estão cada vez mais conscientes da obrigatoriedade da sua arquitetura de inovação estar aberta ao seu ecossistema exterior, para terem acesso a competências/conhecimento relevante para os seus objetivos de inovação.

Enquanto algumas organizações obtêm elevado retorno das suas iniciativas de colaboração com o exterior, outras, com o mesmo grau de sofisticação, não conseguem ativar os seus esforços. De entre os vários modelos de open innovation existentes, destacamos quatro dos mais disseminados: crowdsourcing, R&D conjunto, technology licencing (in e out) e redes de cooperação. Não existindo um modelo, por definição superior a outro, cabe a cada organização conceber a abordagem que melhor contribua para os seus pilares estratégicos de crescimento.

Para uma estratégia de open innovation bem-sucedida as empresas devem garantir três condições principais: mudança de uma abordagem organizacional fechada (de isolamento e controlo) para uma abordagem aberta (de partilha de informação e parceria), evitando a síndrome de “não-foi-inventado-aqui”, um modelo de governo adaptado ao tipo de relacionamento com o exterior e uma estratégia de proteção da propriedade intelectual que minimize o risco de apropriação. É, deste modo, crítico que as organizações não encarem open innovation como um conjunto de iniciativas isoladas, mas antes como uma prática transversal à estratégia de inovação da empresa alinhada com o seu modelo de negócio. Apenas assim serão capazes de maximizar os seus resultados de inovação sem estarem limitados apenas à sua capacidade interna.