A despesa total em investigação e desenvolvimento (I&D) em Portugal atingiu um novo máximo histórico de 2.987 milhões de euros em 2019, representando 1,41% do PIB e um crescimento de 8% (218 milhões de euros) em relação ao ano anterior, segundo dados do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional divulgado pela Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Segundo o documento, o crescimento da despesa em I&D é particularmente expressivo no sector das empresas, crescendo 10% em 2019 (144,4 milhões de euros) e cerca de 51% desde 2015, quando era 1.037 milhões. “Este crescimento está associado a uma despesa em I&D pelas empresas que representa 0,74% do PIB (enquanto era 0,58% em 2015)”, salienta o inquérito. A despesa em I&D das empresas passa a representar 53% da despesa total em I&D, quando era de 46% em 2015 e cerca de 44% em 2009, “superando a despesa pública pelo segundo ano consecutivo”.
Os dados reforçam a tendência de crescimento verificada desde 2016, confirmando o processo de convergência com a Europa. O valor da despesa total em I&D de 2019 correspondendo a um aumento de 8% relativamente a 2018 representa um crescimento do dobro do aumento relativo do PIB (que aumentou cerca de 4% entre 2018 e 2019). A despesa total em I&D cresce assim 34% desde 2015 (um total de 752 milhões), quando representava cerca 1,2% do PIB.
Os novos dados mostram ainda que “a despesa em I&D do sector de Ensino Superior cresce cerca de 5% (56 milhões) em 2019 e 19% desde 2015, atingindo também um novo máximo histórico de 1.209 milhões de euros (era 1.018 milhões em 2015 e 1.017 milhões em 2010), continuando a representar cerca de 0,57% do PIB.
Para o Ministério, “o aumento global do investimento em I&D reflete a prioridade política dada ao desenvolvimento científico e tecnológico e ao ‘Compromisso com a Ciência e o Conhecimento’, assim como a ‘Estratégia de Inovação Tecnológica’ do Governo, verificando a tendência expressa no Programa Nacional de Reformas quanto à retoma do processo de convergência com a Europa”.
Por outro lado, “o número de investigadores na população ativa cresce para um máximo histórico de cerca de 10 investigadores por mil ativos em 2019, 9,6‰, quando medidos em tempo integral, enquanto era 7,4 ‰ em 2015. Foram registados 50.431 investigadores em equivalente a tempo integral (ETI), mais cerca de 2.779 do que em 2018 (um crescimento global de 6%), mostrando um crescimento de 11.759 investigadores ETI desde 2015, ou seja, um aumento de 30% nos últimos quatro anos. O Ensino Superior inclui 29.027 investigadores em ETI (eram 25.043 em 2015), representando cerca de 58% do total, enquanto as empresas incluem 19.283 investigadores em ETI (eram 11.785 em 2015), representando 38% do total”.
Paralelamente, “o número de investigadores nas empresas aumenta em 2.537 ETIs (atingindo um novo máximo de 19.283 ETIs), representado um aumento de 15% entre 2018 e 2019 e de 64% desde 2015 (quando eram 11.785 ETIs). O número de investigadores no Estado continua a representar cerca de 3% do total, com 1.591 ETIs em 2019 (eram 1.351 investigadores ETI em 2015, incluindo sobretudo os laboratórios do Estado)”.
O total de recursos humanos em atividades de I&D (total de investigadores, técnicos e outros profissionais) atinge 12 pessoas (ETI) por cada mil habitantes ativos, atingindo 62.517 ETIs em 2019 (enquanto eram 47.999 ETIs em 2015).
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