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Da esquerda à direita, partidos realçam a importância da visita de João Lourenço

“Marco histórico”, “grande otimismo”, “laços históricos que são inabaláveis”, “expectativa, “aprofundamento das relações de amizade”. As perspetivas de cada partido em relação à visita oficial do Presidente de Angola a Portugal.
22 Novembro 2018, 07h48

[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/comercio-portugal-angola/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”805″ slug=”comercio-portugal-angola” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/comercio-portugal-angola/thumbnail?version=1537185409055&locale=pt-PT&publisher=www.jornaleconomico.pt” mce-placeholder=”1″]O Presidente da República de Angola, João Lourenço, chegou ontem a Lisboa, mas a agenda da visita oficial só tem início hoje, desde logo em Belém, com cerimónias militares e a deposição de uma coroa de flores no túmulo de Luís de Camões. Segue-se uma visita guiada ao Mosteiro dos Jerónimos e uma receção no Palácio de Belém, pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa. Ao início da tarde, os dois chefes de Estado vão discursar numa sessão solene da Assembleia da República.

Segundo Carlos César, líder da bancada parlamentar do PS, constitui “um marco histórico” nas relações entre Angola e Portugal. “Esta visita do Presidente João Lourenço, que sucede a um período de reaproximação em função do trabalho desenvolvido nos últimos meses por ambos os governos, constitui um marco histórico muito relevante nas relações entre Angola e Portugal. Assinala a retoma de uma cumplicidade que não pode deixar de existir entre dois países que partilharam a sua História e que têm uma obrigação muito grande no plano da relação euro-africana”, sublinhou anteontem César, em declarações à Lusa.

“Da parte do meu partido, através do primeiro-ministro, António Costa, já foi assinalado que em 2021, uma vez continuando o PS no Governo e presidindo ao Conselho Europeu, marcará esse ano como sendo dedicado justamente a essa relação. Portugal e Angola podem constituir-se como pivôs nesse relacionamento e nessa cooperação estratégica que se impõe no plano global entre a Europa e África”, afirmou César.

Por seu lado, o PSD olha “com grande otimismo” para o futuro das relações entre Angola e Portugal e considera que a visita de Lourenço traduzirá a “importância estrutural” desta cooperação, que quer pautada pelos “princípios do respeito e bem comum”, como disse anteontem Tiago Moreira de Sá, presidente da Comissão de Relações Internacionais do PSD.

“É uma visita que traduz a importância estrutural da relação entre os dois países e que surge na sequência de um processo que já teve visitas do dr. Rui Rio e do dr. António Costa a Angola”, destacou Moreira de Sá.

Questionado sobre se considera que a visita de Rui Rio a Angola (em junho, antes da visita do primeiro-ministro António Costa, realizada em setembro) ajudou a desbloquear um período de relações diplomáticas tensas entre os dois países, Moreira de Sá classificou-a como “um contributo”.

“O mais importante de tudo é todos contribuirmos para uma relação cada vez melhor entre Portugal e Angola. A visita do dr. Rui Rio pretendeu justamente ser um contributo nesse sentido. Da parte do PSD, apenas temos de agradecer a forma maravilhosa como fomos recebidos”, afirmou o investigador, que também integrou a comitiva do PSD que se deslocou a Luanda.

Para o CDS-PP, trata-se de “uma visita que há muito não ocorria e que de certa forma será histórica”, como afirmou o líder da respetiva bancada parlamentar, Nuno Magalhães, considerando que “o mais importante são as relações entre Portugal e Angola, por todos os motivos e mais algum”. Desde logo pela “enorme comunidade de portugueses que vive em Angola, pela enorme comunidade de angolanos que vive em Portugal, pelo sentimento e pelo laço de amizade que liga os dois povos, pelos laços históricos que são inabaláveis, independentemente desta ou daquela questão, deste ou daquele Governo, independentemente do momento histórico que cada um atravessa”.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, garantiu ontem que o partido se fará representar na visita de Lourenço, olhando “com expectativa” para o que se está a passar em Angola. Questionada sobre a visita do Presidente de Angola e se o BE se fará representar, Martins respondeu da seguinte forma: “O Bloco de Esquerda far-se-á representar com esta expectativa que vos digo, que esperemos que se possa dar caminhos importantes tanto do ponto de vista da justiça, como do ponto de vista das liberdades”.

Segundo Martins, “o Bloco de Esquerda olha com alguma expectativa para o que se está a passar em Angola. Não são novidade as críticas que o Bloco de Esquerda tem feito, nomeadamente a nossa preocupação com uma elite económica que se move entre Portugal e Angola, que é corrupta e, portanto, é responsável pelo empobrecimento dos dois países”.

Por sua vez, o PCP enviou uma nota escrita à Lusa informando que “deseja que esta visita contribua para o aprofundamento das relações de amizade e cooperação entre os dois países, no respeito pela sua soberania e respectivos interesses, e em prol da concretização das aspirações dos dois povos”.

“A visita oficial do Presidente da República de Angola, João Lourenço, ao nosso país, insere-se no normal desenvolvimento das relações históricas entre Portugal e Angola, entre o povo português e o povo angolano”, indica a mesma nota do PCP.

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